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Queijos artesanais produzidos no Cariri da Paraíba conquistam premiações em concurso nacional

Duas medalhas de ouro e uma de bronze. Foi esse o resultado da participação da Fazenda Carnaúba, localizada no Cariri paraibano, na quinta edição do Prêmio Queijo Brasil, realizado este mês em Santa Catarina. Considerado uma referência regional no setor agropecuário, especialmente na caprinocultura, o empreendimento simboliza o potencial de uma das regiões mais secas do país que, quando trabalhada de acordo com as suas especificidades, produz com qualidade e eficiência.

Com 60 anos de fundação, a fazenda, localizada no município de Taperoá, é especializada no trato de três raças de gado e dezoito de cabras e ovelhas nativas do Nordeste. Entre os bovinos, destacam-se as raças Guzerá e Sindi, resultado de uma seleção genética minuciosa, cujo leite é utilizado para a produção do Serra do Pico, um dos vencedores do Queijo Brasil, que é considerada a maior premiação para os queijos artesanais brasileiros.

Além deste, o Serra do Pico já conquistou este ano outras duas premiações. A primeira delas foi a medalha de bronze, no mês de junho, na quarta edição do concurso ‘Mondial du Fromage’ (Mundial de Queijos, em português), realizado na França. Já em agosto, o produto paraibano conquistou a categoria prata no Mundial do Queijo do Brasil, realizado em Minas Gerais.

Além do Serra do Pico, a Fazenda Carnaúba também teve outros dois queijos premiados em 2019. São eles o Cariri Alfazema e o Arupiara que receberam, respectivamente, medalha de ouro e de bronze no Prêmio Queijo Brasil. Ambos são produzidos com leite de cabras nativas, que são resistentes à seca e simbolizam a agropecuária eficiente e compatível com o clima praticada pela Fazenda Carnaúba.

De acordo com o empreendedor Joaquim Vilar, um dos responsáveis pelo negócio, criado pelo seu pai, Manoel Dantas Vilar, em sociedade com o primo, o escritor Ariano Suassuna, os prêmios conquistados pela Lacticínios Grupiara, marca criada para gerenciar a produção dos queijos na Fazenda, são “uma demonstração do potencial das terras secas”.

Joaquim também destacou que, apesar das conquistas, o crescimento e o reconhecimento da produção artesanal ainda dependem do amadurecimento das legislações, tanto nacional quanto estadual, para que os queijos, entre eles o Serra do Pico, que já teve duas mil peças vendidas em decorrência dos prêmios, possam ter as suas possibilidades comerciais ampliadas no mercado, tanto nacional quanto internacional.

Por sua vez, o analista do Sebrae Paraíba, João Bosco da Silva, destacou que o êxito da Fazenda Carnaúba, não apenas na produção de queijos, mas também com a seleção genética de seus animais, é reflexo de um trabalho que envolve o Sebrae e outras instituições, como a Embrapa e o Senar.

“Esse atendimento, não só deles, como da maioria do pessoal que trabalha principalmente com queijo de cabra, teve início com o Pacto Novo Cariri, quando nós começamos a dar atendimento e a transformar toda essa cadeia da caprinovinocultura na Paraíba, que não produzia leite de cabra e depois passou a ser o maior produtor do Brasil”, explicou.

Ainda falando sobre a Fazenda Carnaúba, João Bosco pontuou que a persistência e a busca constante pela inovação dos produtos são as marcas do negócio. “Eles tiveram a oportunidade de ter todo um conjunto de parceiros trabalhando juntos para hoje estarem com esse diferencial. São empreendedores que estão sempre pensando no futuro, com a cabeça nas novidades e na inovação”, acrescentou.

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Redação DiárioPB

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