Projeto Cambada apresenta Tom Drummond

Tom DrummondCearense radicado na Paraíba, o compositor Tom Drummond é a segunda atração de janeiro do projeto Cambada. Aos 27 anos, ele é apontado como uma das apostas da nova geração da música brasileira por suas letras inteligentes e melodias bem cuidadas.

Ele se apresenta na quinta-feira (19), na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, localizada no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. O show começa às 21h e os ingressos custam R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10 (inteira). A bilheteria abre com uma hora de antecedência.

No show, o compositor vai mostrar as músicas de “Andarilho”, seu álbum de estreia. Nele, Tom aproveita sua sólida formação musical e produz canções que se diferenciam pela rica delicadeza de detalhes nas harmonias, melodias, letras e arranjos.

Estão espalhados pelo seu disco de estreia detalhes melódicos, harmônicos e poéticos que ligam o compositor a sua terra. “Meu Lugar”, faixa que fecha “Andarilho”, junta todas essas peças em uma declaração de amor às suas origens.

Em um passeio pela ficha técnica de “Andarilho” salta aos olhos e ouvidos a presença de grandes músicos. A lista passa por Marcos Suzano, Carlos Malta, Sacha Amback, Alberto Continentino, Christiaan Oyens, Jaques Morelenbaum, entre outros.

“Andarilho”, música de trabalho do álbum, rouba a atenção, pede ouvidos abertos e oferece a sensação exata do tempo não perdido. O artista se diz livre de qualquer tipo de âncora estética, embora sua música revele ingredientes ou características que a conectam a algo da memória musical brasileira. Em 11 canções Tom não se mostra preso a nenhum conservadorismo musical. Ele menos ecoa influências do que revela afinidades.

“Contagem” abre o álbum com leveza acústica. A letra traz um verso que parece um recado: “As canções que eu fiz vão me contar”. A sequência com “Sarah” é feita sem sobressaltos. Também existe uma suavidade melódica, na segunda faixa do disco, mas dessa vez ela encontra uma letra melancólica. A participação de Paulinho Moska com seu violão imprime uma bem vinda pegada pop. As duas músicas de abertura são um convidativo aceno de boas vindas à arte de Tom.

“O Samba que eu fiz/Não decide se triste ou feliz/Desse impasse ele existe”, os versos de “É Nessa Samba” se tornam simbólicos para o ouvinte do álbum. Parece morar neles, uma espécie de segredo que atravessa todas as músicas.

“Ouve, Meu Bem” junta um jeito interiorano com melodia assobiável. Mas como Tom gosta de brincar, insere breves mudanças de rumo na estrutura. Aliás, existe um lado lúdico bastante presente nas composições dele. “Entrelinhas” usa de delicadeza musical para narrar o diálogo de um casal. Bia Drummond, cantora e musicista irmã de Tom, faz a outra voz. A conversa tem uma divertida virada, mas a brincadeira vai além. Em determinado trecho da letra, o canto de um completa o do outro e em alguns momentos, são palavras que viram sílabas de outras.

Com “Acorda Pai”, o compositor se vale ainda mais do lúdico na narrativa. O tema é o inesperado sorriso de uma criança. É como uma singela canção infantil para adultos. Em “Samba em Desalento” Tom recorre a um sofisticado jogo vocal, dividido com três outros cantores – entre eles Bia. Nesse caso são quatro histórias tristes que se entrelaçam.

A irmã do cantor também está em “Abre Mão”. O piano, acompanhado por um belíssimo arranjo de cordas, serve de trilha para uma despedida amorosa. A escolha por mostrar certa crueldade sem culpa da personagem dela e o bonito timbre de voz de Bia, trazem ainda mais intensidade para a canção. Nela, dois lados de Tom ficam mais próximos: o popular e o erudito.

O músico é bacharel pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Ou seja, tem formação erudita. É a partir desse ambiente que Tom cria suas composições. Daí surgem canções populares, mas que ao ouvido mais atento, revelam camadas e detalhes com profundidade incomuns.

Violoncelista da Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), desde muito cedo Tom Drummond mostrou aptidão para a música. Filho de musicista, o cantor e compositor cearense começou seus estudos aos seis anos, através do piano e daí não mais parou; flauta, violão e finalmente sua atual paixão, o violoncelo, instrumento ao qual se dedicou no bacharelado.

Foi vencedor dos prêmios 1º Festival de Música da Rádio Universitária FM (2010) na categoria Música com Letra com a canção “Seu Santo” e, em 2012, a música “Ai de Mim” de sua autoria foi premiada com o segundo lugar do 1° Festival de Música da Assembleia Legislativa do Ceará.

Projeto Cambada – O projeto ‘Cambada’ foi lançado em janeiro de 2016, com a ideia inicial de realizar uma temporada anualmente. Com o nome que faz referência ao coletivo de caranguejos, virou sucesso de público, e a frequência de shows passou a ser mensal. A proposta consiste em realizar uma série de shows onde artistas da terra ou radicados na Paraíba se apresentam com repertório construído com músicas de compositores paraibanos. Além da qualidade das atrações, outro atrativo do projeto é o preço popular, uma forma de estimular o público a consumir e apreciar os artistas locais.

Com a ação, a Funesc pretende oferecer um panorama da produção local à população, ampliando dessa forma o acesso às mais variadas vertentes da música, onde cada artista apresenta, além de seu repertório autoral, músicas de conterrâneos. Os valores dos ingressos – R$ 5 (meia entrada) e R$ 10 (inteira) – são uma forma de estimular o público a conhecer e consumir a música produzida na Paraíba.

Serviço
Projeto Cambada
19/01 – Tom Drummond
Hora: 21h
Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Ingressos: R$ 10 (inteiro) e R$ 5 (estudante)
* A venda de ingressos é feita na bilheteria do local do show, começando com uma hora de antecedência.

DIÁRIOPB com Assessoria

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