Projeto ‘Cambada’ abre 2017 com duas atrações em janeiro

MacumbiaO projeto “Cambada”, abre o ano de 2017 com duas edições. O primeiro show acontece no dia 5 de janeiro, trazendo a banda Macumbia. Abrindo uma exceção dentro da proposta de se priorizar a música paraibana e seus compositores, o segundo show traz um artista cearense, o cantor e compositor Tom Drummond, no dia 19 de janeiro. As duas atrações se apresentam na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, localizada no Espaço Cultural José Lins do Rego, em João Pessoa. Os shows começam sempre às 21h e os ingressos custam R$ 5 (meia-entrada) e R$ 10 (inteira). A bilheteria abre com uma hora de antecedência.

O projeto ‘Cambada’ foi lançado em janeiro de 2016, com a ideia inicial de realizar uma temporada anualmente. Com o nome que faz referência ao coletivo de caranguejos, virou sucesso de público, e a frequência de shows passou a ser mensal. A proposta consiste em realizar uma série de shows onde artistas da terra ou radicados na Paraíba se apresentam com repertório construído com músicas de compositores paraibanos. Além da qualidade das atrações, outro atrativo do projeto é o preço popular, uma forma de estimular o público a consumir e apreciar os artistas locais.

Com a ação, a Funesc pretende oferecer um panorama da produção local à população, ampliando dessa forma o acesso às mais variadas vertentes da música, onde cada artista apresenta, além de seu repertório autoral, músicas de conterrâneos.

Macumbia – É uma banda híbrida sul-americana, que mistura ritmos caribenhos, latinos e brasileiros, acreditando na união dos povos latinos e trazendo uma nova abordagem sonora para isso. O grupo carrega em seu currículo importantes festivais independentes e governamentais, tendo se apresentado ao lado de grandes nomes da música nacional, sempre surpreendendo e agitando a todos com sua alegria e força hipnotizantes no palco, aliadas a letras cantadas em Espanhol e Português que narram de forma bem humorada situações cotidianos da vida latina.

A banda iniciou suas atividades ainda em 2012, na litorânea João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, famosa por sua sonoridade rica culturalmente. Em 2013, lançou seu primeiro álbum “Chuta Que é Macumbia” que gerou boa recepção e feedback por parte do público e também da imprensa musical, sendo citada em blogs de música em toda a América Latina e Europa, como o Garage Membro Blogs, Liszt MTV Brasil, Rebel Sounds e Amplificador, que colocou o grupo na lista dos 20 melhores álbuns brasileiros para download gratuito.

Após realizar vários shows pela região em 2014, a Macumbia entra em estúdio para gravar e lançar em 2015 o seu segundo álbum “Carne Latina” com oito faixas inéditas que podem ser baixadas gratuitamente pelo site da banda. As músicas que compõem esse último trabalho trazem um amadurecimento nos arranjos musicais, formando uma atmosfera de ritmos para bailar, ao passo que mantém o bom-humor nas letras que abordam o cotidiano da vida latina. Em 2016 o grupo seguiu trabalhando o seu segundo disco, chegando a realizar uma turnê pelo sudeste e sul brasileiro.


A Macumbia é formada por Rafael Faria (voz e contrabaixo), Thales Pessoa (voz e guitarra), Bruno Braz (voz e guitarra), Francisco Vasconcelos (bateria), Priscilla Fernandes (percussão), Rodrigo Marques (saxofone) e David Kane (trompete).

Tom Drummond – Desde muito cedo Tom Drummond mostrou aptidão para a música. Filho de musicista, o cantor e compositor cearense começou seus estudos aos seis anos, através do piano e daí não mais parou; flauta,violão e finalmente sua atual paixão, o violoncelo, instrumento ao qual se dedicou no bacharelado em música pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba).

Foi vencedor dos prêmios 1 Festival de Música da Rádio Universitária FM (2010) na categoria Música com Letra com a canção “Seu Santo” e, em 2012, a música “Ai de Mim” de sua autoria foipremiada com o segundo lugar do 1° Festival de Música da Assembleia Legislativa do Ceará.

Em “Andarilho”, seu álbum de estreia, Tom aproveita sua sólida fomação musical e produz canções que se diferenciam pela rica delicadeza de detalhes nas harmonias, melodias, letras e arranjos.

Tom é cearense e, sem que isso pareça um objetivo arquitetado, não pesa a mão em elementos que poderiam aprisioná-lo em escaninhos regionais. Por outro lado, estão espalhados pelo seu disco de estreia detalhes melódicos, harmônicos e poéticos que ligam o compositor a sua terra. “Meu Lugar”, faixa que fecha “Andarilho”, junta todas essas peças em uma declaração de amor às suas origens.

Em um passeio pela ficha técnica de “Andarilho” salta aos olhos e ouvidos a presença de grandes músicos. A lista passa por Marcos Suzano, Carlos Malta, Sacha Amback, Alberto Continentino, Christiaan Oyens, Jaques Morelenbaum, entre outros. Tom está muito bem acompanhado nessa trilha.

“Andarilho”, música de trabalho do álbum, rouba a atenção, pede ouvidos abertos e oferece, embrulhado para presente, a sensação exata do tempo não perdido. O artista se diz livre de qualquer tipo de âncora estética, embora sua música revele elementos ingredientes ou características que a conectam a algo da memória musical brasileira. Em 11 canções Tom não se mostra preso a nenhum conservadorismo musical. Ele menos ecoa influências do que revela afinidades.

“Contagem” abre o álbum com leveza acústica. A letra traz um verso que parece um recado: “As canções que eu fiz vão me contar”. A sequência com “Sarah” é feita sem sobressaltos. Também existe uma suavidade melódica, na segunda faixa do disco, mas dessa vez ela encontra uma letra melancólica. A participação de Paulinho Moska com seu violão imprime uma bem vinda pegada pop. As duas músicas de abertura são um convidativo aceno de boas vindas à arte de Tom.

“O Samba que eu fiz/Não decide se triste ou feliz/Desse impasse ele existe”, os versos de “É Nessa Samba” se tornam simbólicos para o ouvinte do álbum. Parece morar neles, uma espécie de segredo que atravessa todas as músicas.

“Ouve, Meu Bem” junta um jeito interiorano com melodia assobiável. Mas como Tom gosta de brincar, insere breves mudanças de rumo na estrutura. Aliás, existe um lado lúdico bastante presente nas composições dele. “Entrelinhas” usa de delicadeza musical para narrar o diálogo de um casal. Bia Drummond, cantora e musicista irmã de Tom, faz a outra voz. A conversa tem uma divertida virada, mas a brincadeira vai além. Em determinado trecho da letra, o canto de um completa o do outro e em alguns momentos, são palavras que viram sílabas de outras.

Com “Acorda Pai”, o compositor se vale ainda mais do lúdico na narrativa. O tema é o inesperado sorriso de uma criança. É como uma singela canção infantil para adultos. Em “Samba em Desalento” Tom recorre a um sofisticado jogo vocal, dividido com três outros cantores – entre eles Bia. Nesse caso são quatro histórias tristes que se entrelaçam.

A irmã do cantor também está em “Abre Mão”. O piano, acompanhado por um belíssimo arranjo de cordas, serve de trilha para uma despedida amorosa. A escolha por mostrar certa crueldade sem culpa da personagem dela e o bonito timbre de voz de Bia, trazem ainda mais intensidade para a canção. Nela, dois lados de Tom ficam mais próximos: o popular e o erudito.

O músico é bacharel pela UFPB (Universidade Federal da Paraíba). Ou seja, tem formação erudita. É a partir desse ambiente que Tom cria suas composições. Daí surgem canções populares, mas que ao ouvido mais atento, revelam camadas e detalhes com profundidade incomuns.

Foi da busca por unir sua formação mais clássica com uma linguagem popular caprichosa, que o músico cearense foi levado a convidar Nilo Romero para produzir “Andarilho”. O produtor, compositor e músico, com vasto e bem sucedido currículo no universo pop brasileiro, entendeu bem a ideia de Tom. Jogou luz sobre o lado mais acessível da música dele – como na faixa que dá nome ao disco – e não escondeu o que ela tem de mais requintado – percebido também em “Não Vá Embora”.  

Da redação com Assessoria

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