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Presidente do Clube Militar, general organiza almoço para celebrar ditadura

Evento no Clube Militar exaltou golpe de 1964 e negou violações de direitos humanos durante o regime. Clube recebe uma fortuna em verbas públicas

Um almoço promovido pelo Clube Militar, no Rio de Janeiro, no último dia 31, reuniu militares da reserva e simpatizantes do regime autoritário instaurado no Brasil em 1964. Segundo informações do Metrópoles, a celebração foi conduzida pelo general da reserva Sérgio Tavares Carneiro, atual presidente da entidade, que classificou o golpe de Estado como “movimento democrático”.

O evento, realizado anualmente na sede do clube, localizada no bairro da Lagoa, teve adesão mediante pagamento de R$ 100 por pessoa. A expectativa era que o ex-desembargador Sebastião Coelho discursasse no encontro, mas sua participação foi cancelada por “inadiáveis motivos profissionais”.

General nega repressão e cita “farol da democracia” – Durante a abertura do almoço, o general Sérgio Tavares Carneiro leu um comunicado conjunto assinado também pelos presidentes dos clubes Naval e de Aeronáutica — almirante João Afonso Prado Maia de Faria e brigadeiro Marco Antonio Carballo Perez. Na fala, o general exaltou o golpe de 1964 e rejeitou o reconhecimento histórico do período como ditadura, ignorando os 21 anos de repressão, censura e violações de direitos humanos promovidos pelo regime.

“A rememoração da revolução, de 31 de março de 1964, reitera o compromissos dos clubes Militar, Naval e da Aeronáutica, com o Brasil e sua democracia. O farol que guiou os veteranos, aqui reunidos, ao longo de suas carreiras a serviço da pátria”, declarou Sérgio Carneiro.

Dinheiro público e silêncio sobre presenças – Procurado pelo Metrópoles, o Clube Militar se recusou a informar se os presidentes das outras duas entidades militares — Naval e de Aeronáutica — participaram presencialmente do evento. Desde 2014, os três clubes receberam mais de R$ 588 milhões em verbas públicas, grande parte oriunda do Ministério da Defesa, segundo dados do Portal da Transparência. Apenas o Clube Naval acumulou R$ 336,6 milhões no período.

A remuneração dos dirigentes também chama atenção. O general Carneiro, na reserva desde 2009, recebe atualmente R$ 33.833,42 brutos por mês dos cofres públicos. O almirante Prado, afastado por razões médicas em 2015, tem aposentadoria no valor de R$ 35.916,80. Já o brigadeiro Perez, que ingressou na reserva em 2014, acumula um cargo comissionado na Caixa de Financiamento Imobiliário da Aeronáutica, que lhe garante um salário adicional de R$ 18.469,94 — somando R$ 36.586,32 em rendimentos mensais.

Com Brasil 247

Redação DiárioPB

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