Poesia de Fábio Mozart viaja na arte de Otto Cavalcanti
No dia 5 de setembro fizemos a abertura da exposição de Otto Cavalcanti no Casarão dos Azulejos, em João Pessoa. O pintor Thiago Alves, conterrâneo de Otto, falou sobre as características da obra de Otto Cavalcanti, focando na ideia da poesia da pintura dentro do espaço, cor, linha e forma do objeto visual.
Otto nasceu em Itabaiana e faleceu em Barcelona, Espanha, no dia 2 de julho de 2019. Artista visual com forte aceitação no universo artístico da Europa, Otto foi nomeado cavalheiro do Estament de Cavallers Hospitalaris de Sant Jordi, em novembro de 2013, em reconhecimento à sua longa carreira profissional e sua relação cultural com a Catalunha. Foi cavaleiro da Placa Principal da Ordem Hispânica Imperial de Carlos V (Informações do seu blog pessoal). Em sua terra natal, Itabaiana, não encontrou nenhum espaço para expor sua arte aos seus conterrâneos.
Depoimento da amiga Maria Luisa Pujol: “Otto Cavalcanti é um grande artista gráfico, cartunista e um pintor colorista muito imaginativo, inquieto e inovador. Ele se mudou em várias linhas de trabalho, sempre buscando a perfeição que ele sabia que jamais alcançaria, porque considerava o inimigo da ação e seu trabalho artístico não tinha prazo de validade. Como pessoa, ele era otimista, de uma alegria contagiosa, extrovertido, simples, uma alma livre, com grande senso de humor. Ele dividia o coração entre Itabaiana, sua cidade natal na Paraíba, Barcelona e o Mediterrâneo”.
Para Otto Cavalcanti escrevi esses micro poemas:
“Otto Cavalcanti nunca falha
com seu pincel feito navalha”
—
Anarco poeta
Otto te ilustra
E descompleta
__
De todas as cores
uma reflexão
sobre nossas dores
—
Óleo sobre tela
vida sub tinta
belo sob tutela
—
Do Brasil à Catalunha
nossa incivilidade
acabrunha
—
Hispano brasileiro
pictoricamente
um estrangeiro
—
Música e movimento
robótica e natureza
seu alimento
—
Orgulho catalão,
o mestre em sua terra
cromatiza solidão
—
Em coletiva
a individualidade
rediviva
—
Pintor colorista
estrangula a vida
dúbio chargista
—
Cavalheiro da arte
fez da essência
mote e estandarte
por Fábio Mozart