Petroleiros: paralisação já chega a 91 unidades do Sistema Petrobras
A greve dos petroleiros chegou ao nono dia aumentando o número de unidades paralisadas no Sistema Petrobras. Enquanto no sábado (8) a Federação Única dos Petroleiros (FUP) contabilizava 88 unidades em que os trabalhadores cruzaram os braços, neste domingo (9) esse número subiu para 91. Já são cerca de 20 mil trabalhadores paralisados em 13 estados.
A mobilização da categoria tem como objetivo cobrar a suspensão da demissão de mil trabalhadores na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) e o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho.
Segundo a FUP, já são 39 plataformas, 18 terminais, 11 refinarias e mais outras 20 unidades operacionais e 3 bases administrativas com trabalhadores em greve por todo o país. A adesão, segundo a federação, está acontecendo sem piquetes, apenas com ações para convencer os trabalhadores da categoria sobre a importância das reivindicações.
Resistência
Os petroleiros estão em greve desde o dia 1º de fevereiro, e tem enfrentado uma série de restrições da empresa.
Ontem (8), depois de uma semana ocupando uma sala na sede da Petrobras, dirigentes da FUP foram informados que não poderão mais deixar o cômodo para pegar alimentos trazidos por apoiadores. A empresa alegou que fará o transporte dos alimentos.
Outras restrições do tipo já haviam sido colocadas pela empresa. No dia seguinte à ocupação, que aconteceu em 31 de janeiro, a petrolífera proibiu a entrada de alimentos, assim como o fornecimento de água e energia no andar onde os trabalhadores estavam. Além disso, entrou com ação na Justiça com o objetivo de retirar os sindicalistas da sede. Entretanto, a reintegração foi negada pela juíza Rosane Ribeiro Catrib, da Justiça do Trabalho, e os serviços restabelecidos após a decisão.
A Petrobras anunciou que está providenciando “a contratação imediata de pessoas e serviços, de forma emergencial, para garantir a continuidade operacional em suas unidades durante a greve”.
A FUP afirmou, em nota divulgada hoje (9), que “a contradição da gestão [da empresa] evidencia o tratamento político que a direção da Petrobras está dando à greve dos petroleiros ao apostar na tentativa de criminalização do movimento. Para isso, coloca em risco a segurança dos trabalhadores e das próprias unidades ao anunciar a contratação de ‘fura-greves’”.