ECONOMIA

Petrobrás entrega segunda maior refinaria do Brasil a fundo dos Emirados Árabes

Grupo Mubadala Capital criou uma empresa chamada Acelen para gerir a Landulpho Alves (Rlam), que a partir de agora passa se chamar Refinaria de Mataripe. FUP anunciou protesto na sede da unidade nesta sexta-feira (3)

A Petrobrás concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o fundo de investimentos dos Emirados Árabes, Mubadala Capital. A refinaria, que é a segunda maior do Brasil cim capacidade de processar 333 mil barris de petróleo por dia, estava avaliada entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões, mas foi entregue pela Petrobrás por US$ 1,8 bilhão.

A Acelen, empresa criada pelo Mubadala Capital para a operação, assumirá a partir de 1º de dezembro a gestão da Rlam, que passa a se chamar Refinaria de Mataripe.

Localizada no município baiano de São Francisco do Conde, a refinaria representa 14% da capacidade total de processamento de petróleo do país. Seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 km de extensão.

Petroleiros fazem ato contra privatização

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou que fará um ato de protesto contra a venda da Rlam. Segundo o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, a manifestação acontece nesta sexta-feira (3), às 7h30, na Rlam. “Além de trabalhadores e trabalhadoras da refinaria, haverá representações das centrais sindicais, de outros sindicatos, movimentos sociais e lideranças políticas locais, para dizer não à privatização do sistema Petrobrás como um todo”, disse Bacelar.

O coordenador da FUP disse ainda que a categoria não descarta uma greve nacional. “A greve nacional dos petroleiros, que está sendo organizada pela FUP junto aos sindipetros, será discutida e deliberada em assembleias da categoria, que serão realizadas até o dia 19 de dezembro. Estamos alertando ao Governo Federal que caso Bolsonaro tenha a audácia de entregar um projeto de privatização da Petrobrás ao Congresso Nacional, ele enfrentará a maior greve da história da categoria petroleira. Nós estamos prontos para este enfrentamento, porque não estamos defendendo só os nossos empregos, estamos defendendo a soberania energética, a soberania nacional”, afirmou.

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