Pessoas de outros estados e países adotam João Pessoa para morar
Não é novidade que as praias e as belezas de João Pessoa atraem os turistas. Acontece que alguns deles decidem morar na cidade depois de conhecer melhor o povo e os cantinhos da capital paraibana. O site conversou com quatro pessoas de outros estados brasileiros e também de outros países que resolveram se mudar para João Pessoa. Eles contam que encontraram mais oportunidades e que se encantaram pelas belezas naturais e pelo clima da cidade. Confira os depoimentos:
Opai Bigbig, de Benin
“Aqui é Jampa, nada a ver com Nova York”. Essa é a deixa do novo projeto musical da dupla Dois Africanos, formada por Izy Mistura, do Togo, e Opai Bigbig (cujo nome é Vivian Mouvi), natural de Benin, país da região ocidental da África que faz fronteira com a Nigéria.
Big, como é conhecido pelos amigos, tem 28 anos e, depois de morar em João Pessoa por 2 anos e 8 meses, resolveu homenagear a cidade que o recebeu com uma música chamada “Aqui é Jampa”. “É uma música que apresenta a cidade de João Pessoa e fala sobre a nossa vida aqui. A gente tá bem aqui, desse jeito. A gente prefere aqui a Nova York”, comentou.
Big cursa relações internacionais na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mas já é formado em história, por uma universidade do Senegal, e em filosofia, na França. Ele se considera “filho do mundo” e também já morou na Nigéria, Gana e Togo, além do estado de São Paulo. Em João Pessoa, ele disse que foi bem acolhido pelo povo e que encontrou várias semelhanças com Benim. “Essa maneira do povo de festejar, por exemplo, nas ruas. Quando é São João, a família se junta, quando há uma oportunidade, uma banda toca na praia. Essa forma de conviver é a mesma coisa no meu país”, explicou.
Iza Evelin, de Boa Vista, RR
Izadora Evelin, ou apenas Iza, se mudou para João Pessoa há 18 anos junto com familiares. “Minha mãe é professora da universidade federal e ela fez essa transferência e imaginou que João Pessoa, sendo uma cidade grande, seria melhor, um lugar de mais oportunidade para a gente até na questão de educação mesmo. E realmente, para mim, era grande. A gente até brinca que aqui é pequeno ainda, apesar de estar crescendo muito. Mas eu senti como uma cidade grande porque a minha cidade é bem menor do que aqui”, comentou.
Iza tem 26 anos e é chef de cozinha no restaurante Aí. No local, ela usa os ingredientes nordestinos e mistura com elementos da cozinha amazônica. “Eu trabalho com uma pessoa que é paraibana e a gente faz esse casamento de influências. Eu ainda tenho um mundo para descobrir. Todo dia eu descubro coisa nova aqui, da cozinha, ingredientes novos”, disse a chef.
O carro chefe do restaurante de Iza hoje é o prato Mar Crocante, no qual ela prepara camarões do mar, cujos melhores produtores estão no Nordeste, empana com farinha de tapioca e serve com risoto de tucupi, dois produtos típicos do Norte. “Apresentar isso para o público e isso se tornar o carro chefe do meu restaurante foi o mais legal. É a prova de que essa investida dá certo”, pontuou.
Luciane Gomes, de Guarapuava, PR
A Lagoa do Parque Solon de Lucena convenceu a paranaense Luciane Gomes, de 40 anos, a se mudar para João Pessoa, há 10 anos. “Eu sempre falo que eu vim embora para João Pessoa por causa da Lagoa. Na realidade, como a Lagoa daqui é um projeto de Burle Marx e a cidade onde eu nasci também tinha uma lagoa, projeto dele também, foi algo que me remeteu à infância e que acabou por fazer com que eu escolhesse a cidade para morar”, relatou Luciane, que é professora de direito e servidora pública federal.
A jurista mora há cinco anos em Intermares, cidade de Cabedelo que fica no limite com João Pessoa, mas trabalha na capital e já morou nos bairros pessoenses de Tambaú e Altiplano. Outros fatores que a fizeram escolher o Nordeste foram o mar e as praias. “Tem no Paraná, mas é bem longe de Curitiba, dá quase 10km. E lá é frio. Nós temos vários meses de frio, poucos de calor e quando é verão ainda chove”, disse.
Ela também contou sobre a primeira vez que visitou a Paraíba. “Eu vim acompanhar uma audiência do meu pai em Areia. Já tinha a pretensão de vir morar no Nordeste, tinha gostado muito de Natal, mas depois que conheci João Pessoa realmente me encantei. Não há outro termo para falar dessa cidade”, confessou Luciane.
Jonni Spallito, da Itália
Há 5 anos, o italiano Jonni Spallito, de 42 anos, se mudou para João Pessoa com a intenção de buscar trabalho. “Escolhi porque é uma cidade pequena e também bem organizada. É um lugar onde você pode fazer qualquer negócio e vai dar certo, se você faz bem feito”, garantiu.
Jonni é empresário no ramo de queijos italianos e considera que a cidade o ajudou a fortalecer a empresCuritibaa. “Aqui tem mais oportunidade de trabalho, por isso tem muito italiano que está chegando aqui. Porque na Europa tem muita crise. Lá ninguém está construindo mais, o casal não faz filho, está tudo parado”, exemplificou o italiano.
Outro ponto positivo que Jonni encontrou em João Pessoa foi o trânsito. Ele explicou que achou interessante o fato de que os motoristas da cidade param na faixa de pedestres e ligam o pisca-alerta quando alguém vai atravessar a rua. “Achei muito mais na frente, muito avançado em comparação à Itália, onde ninguém faz isso. Se a pessoa levata a mão, ninguém para”, lembrou.
G1/PB