Pesquisa de Harvard aponta que risco de disseminação da Covid-19 por crianças é maior que por adultos
247 – Uma pesquisa realizada pela Escola Médica da Universidade Harvard (EUA) aponta que a disseminação da Covid-19 por crianças foi subestimada desde o início da pandemia. Segundo o estudo, a possibilidade de contágio feito pelas crianças é maior que a dos adultos, inclusive pelos que apresentam um quadro mais severo da doença.
Segundo reportagem do jornal O Globo, o artigo científico, publicado no Journal of Pediatrics desta quinta-feira (19), acompanhou 192 pessoas com idades entre 0 e 22 anos, dos quais 49 testaram positivo para o novo coronavírus. Metade do grupo analisado apresentou febre, sintoma que pode ser confundido com alergias e gripes, como a provocada pelo vírus Influenza.
O levantamento destaca que 53% deles estava frequentando a escola e que 18 deles apresentaram sintomas da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), complicação relacionada a Covid-19 em crianças.
De acordo com os cientistas, foram encontrados níveis de carga viral do Sars-CoV- nas vias respiratórias de crianças durante as fases iniciais da doença acima dos que identificados em adultos internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).
“Se precauções adequadas não forem adotadas quando os alunos voltarem à escola, as crianças podem causar a próxima onda da pandemia de Covid-19”, ressaltaram os autores do estudo, Alessio Fasano e a médica Lael Yonker, ao jornal O Globo. “Nosso estudo demonstra que o monitoramento de sintomas, incluindo a checagem de temperatura, não são confiáveis para identificar a doença em crianças”, completaram.