Pesquisa CNI/Ibope mostra que maioria é contra reforma da Previdência

maioria é contra reforma da PrevidênciaCerca de dois terços da população ainda desconhecem as armadilhas da proposta de “reforma” da Previdência do governo Bolsonaro. Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta quarta-feira (8) – com a hashtag #NovaPrevidência, em apoio à medida – mostra que 36% dos entrevistados afirmam ter conhecimento amplo ou conhecer os principais pontos das mudanças pretendidas nas aposentadorias em discussão na Câmara dos Deputados.

Ou seja, quase dois terços dos brasileiros estão desinformados sobre os direitos que podem ser perdidos se a reforma passar. Dos que conhecem os detalhes do projeto, 51% são contrários e apenas 35% se dizem favoráveis.

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Outro dado relevante é que a maioria esmagadora dos brasileiros (80%) disse que a aposentadoria deveria ocorrer até os 60 anos – e não acima, como prevê a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, que tramita na Câmara. Na proposta do governo Bolsonaro, a idade mínima é de 65 anos para homens e de 62 para mulheres.

O caráter solidário do sistema de Previdência também é defendido por ampla maioria: 77% dos brasileiros acreditam que é dever da sociedade garantir um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive àqueles que nunca contribuíram para a Previdência.

Pela proposta do governo, o Benefício de Prestação Continuada (BCP), que paga um salário mínimo a idosos a partir dos 65 anos que não conseguiram contribuir, teria o seu valor reduzido de um salário mínimo para R$ 400. O mínimo integral só seria alcançado aos 70 anos.

O levantamento, realizado pelo Ibope, ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 12 e 15 de abril. No site especial Minha Aposentadoria, as pessoas têm acesso a todos os pontos da “reforma” e às suas principais consequências.

Segundo a pesquisa, intitulada Retratos da Sociedade Brasileira – Reforma da Previdência, a maior parte dos brasileiros (59%) diz que é preciso reformar o sistema de aposentadorias (a pergunta da pesquisa não esclarece se é mudar para melhor ou para pior). E 83% dos entrevistados afirmam que não estão dispostos a pagar mais impostos para manter as regras atuais.

Outros dados do levantamento revelam que 68% dos brasileiros acreditam que saem prejudicados quando alguns grupos se aposentam com regras diferentes do restante da população, e 59% dizem que é injusto que o valor da aposentadoria das pessoas que se aposentam mais cedo seja menor que o das pessoas que se aposentam mais tarde. Minoria de 24% acredita que os brasileiros se aposentam mais cedo do que as populações de países desenvolvidos.

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