Pentacampeão Edílson é investigado pela PF em caso de fraude contra loterias
A Polícia Federal (PF) desarticulou nesta quinta-feira um grupo que falsificava bilhetes premiados das loterias oficiais da Caixa Econômica Federal, um golpe que causou um prejuízo de cerca de R$ 60 milhões e teria o envolvimento do ex-jogador Edílson, campeão mundial com a seleção brasileira em 2002.
Durante a deflagração da chamada Operação Desventura, agentes da PF prenderam 13 pessoas e cumpriram mandatos de busca e apreensão em 19 imóveis de cinco estados – Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe e Paraná, mais o Distrito Federal -, todos usados pela quadrilha para desenvolver as atividades criminosas.
O grupo falsificava os bilhetes de loteria sorteados cujos prêmios não tinham sido retirados pelos vencedores. Esses bilhetes eram validados e pagos graças à cumplicidade de gerentes de agências da Caixa cooptados pelo esquema.
Apesar de a fraude se estender para diferentes cidades dos cinco estados, as atividades estavam concentradas em Goiás, para onde a PF enviou 250 agentes na manhã de hoje.
Os gerentes do banco que aceitavam participar da fraude eram recrutados por proprietários de contas correntes com muitos recursos financeiros, um dos quais, segundo indicou a PF, seria um ex-jogador da seleção brasileira de futebol, não identificado pelos agentes.
No entanto, apesar do sigilo da polícia, os próprios advogados de Edílson admitiram que o ex-atacante é investigado pelo caso, mas negaram sua vinculação com a quadrilha.
O advogado Thiago Phileto disse que os agentes federais estiveram hoje na casa do ex-jogador, que hoje tem 45 anos, em Salvador. Durante a operação de busca, foi apreendido o disco rígido do computador pessoal de Edílson.
“Temos certeza de que, quando as investigações sejam aprofundadas, seu nome será retirado (da lista de suspeitos)”, afirmou o advogado, que alega que o nome do ex-jogador foi citado de forma leviana por um dos acusados.
A organização aproveitava que várias pessoas nunca revisam o resultado dos sorteios ou perdem seus bilhetes, por isso nunca deixam de resgatar os prêmios milionários. Só no ano passado, os sortudos deixaram de retirar R$ 270,5 milhões.
Os responsáveis pela fraude chegaram a cobrar prêmios de R$ 60 milhões com os bilhetes falsificados.
De acordo com os responsáveis da investigação, um dos membros da organização chegou a ser detido no ano passado quando tentava convencer um gerente da Caixa Econômica Federal de pagar um prêmio com um dos bilhetes falsos, mas foi libertado e acabou sendo assassinado pouco depois, em estranhas circunstâncias que ainda não foram esclarecidas.
Segundo a PF, as pessoas envolvidas no esquema serão acusadas de formação de quadrilha, fraude qualificada, tráfico de influência, corrupção, falsificação de documentos públicos e evasão de divisas.
EFE