Pendente de votos do exterior, esquerda ganha eleições com o mínimo na Suécia
O bloco governamental de esquerda ganhou as eleições suecas de ontem, ao fim da apuração dos 6.004 distritos, informou nesta segunda-feira a Autoridade Eleitoral, apesar de o resultado ter a chance de variar quando os votos do exterior forem contabilizados.
A esquerda obteve 40,6% contra 40,3% da Aliança de Centro-direita. O bloco governamental poderá ter uma cadeira a mais no Parlamento, totalizando 144, enquanto partido de extrema-direita Democratas da Suécia (SD) seria o terceiro, com 62.
As autoridades apresentarão na quarta-feira um resultado preliminar atualizado, com os votos contabilizados do exterior e enviados pelo correio e que não chegaram aos distritos eleitorais ontem. O resultado definitivo deve ser divulgado na sexta-feira.
Nas eleições de 2014 foram pouco mais de 190 mil votos, sendo que 50 mil corresponderam a votos de cidadãos no exterior. Com esses eleitores os partidos de centro-direita costumam receber mais apoio do que a esquerda. Nos resultados provisórios, pouco mais de 29 mil votos separam o bloco governamental da Aliança (2.543.097 por 2.514.229).
O voto do exterior já provocou mudanças na distribuição de cadeiras em outras ocasiões. A última vez que isso aconteceu foi 2010, mas em 1979 a centro-direita reverteu o resultado e ficou com o poder.
O Partido Social-democrata do primeiro-ministro Stefan Löfven ganhou as eleições com 28,4%, quase três a menos do que em 2014, o pior resultado na história do grupo que ganhou todos os pleitos da Suécia no último século, seguido pelo Partido Moderado (conservador), com 19,8%, e dos Democratas da Suécia, com 17,6%. O Partido do Meio Ambiente conseguiu 4,3% e o Partido de Esquerda alcançou 7,9%. Os outros três membros que formam a Aliança junto com os conservadores aumentaram seu apoio: o Partido de Centro obteve 8,6%; o Partido Democrata-cristão, 6,4%; e o Partido Liberal, 5,5%.
Em comparação às eleições gerais de 2004, o bloco governamental perdeu 3% e a Aliança subiu 9%.
O apertado resultado dificulta a previsão sobre quais partidos poderiam governar e com quais apoios, já que nem o bloco da esquerda e nem a Aliança querem pactuar com o SD. O atraso atípico na apuração se deve a um erro das comissões eleitorais de dois distritos de Estocolmo no envio dos dados para o órgão regional.
Agência EFE