Paraibano acusado de participar de plano golpista é investigado por espalhar Fake News sobre urnas, aponta PF
O paraibano Tércio Arnaud Tomaz, um dos 37 indiciados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, seria responsável por espalhar informações falsas sobre as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral. Os detalhes foram revelados nesta terça-feira (26) com retirada o sigilo do inquérito por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e publicados pelo Blog Pleno Poder, do Jornal da Paraíba.
Conforme o relatório da PF, Tércio teria integrado um grupo conhecido como “gabinete do ódio”. A disseminação de fake news sobre as urnas visava gerar desconfiança no resultado das eleições e desacreditar as instituições democráticas brasileiras.
Os elementos probatórios reunidos pela investigação identificaram que TÉRCIO foi o responsável por repassar o conteúdo editado da live realizada pelo argentino FERNANDO CERIMEDO em 4 de novembro de 2022, no qual o mesmo propagou ataques às urnas eletrônicas e ao processo eleitoral brasileiro”, afirma o documento.
Esse material foi utilizado pelo Partido Liberal (PL) para fundamentar um pedido de rejeição ao resultado da votação em determinadas urnas, com o objetivo de beneficiar Jair Bolsonaro.
“No mesmo sentido, identificou-se que o mesmo conteúdo falso publicado pelo argentino FERNANDO CERIMEDO e propagado por MAURO CID, MARQUES DE ALMEIDA e TÉRCIO ARNAUD TOMAZ foi utilizado por CARLOS ROCHA para tentar subsidiar a ação do Partido Liberal. Coube ao investigado auxiliar na edição do conteúdo falso publicado pelo argentino FERNANDO CERIMEDO, propagado logo em seguida por MAURO CID e MARQUES DE ALMEIDA”, destaca o relatório.
Além de Tércio, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ex-ministros e militares também foram indiciados na mesma investigação, que aponta uma tentativa de ruptura democrática.
As conclusões das investigações foram entregues ao STF na quinta-feira (21). O relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável por avaliar as provas e decidir se apresentará denúncia contra os investigados.
Entre os crimes apontados pela PF estão tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, com penas que podem variar de 12 a 28 anos de prisão, sem considerar agravantes.