Parada LGBT de João Pessoa muda percurso devido a evento evangélico
A 13ª Parada LGBT de João Pessoa vai acontecer neste sábado (6) saindo da Avenida Ruy Carneiro, em frente à Capital Fiat, e seguindo até o Largo da Gameleira, onde será montado o palco principal. A concentração vai ser às 16h e o evento vai ter a cantora paraense Gaby Amarantos como principal atração.
Tradicionalmente, o percurso da Parada LGBT é da Praia do Cabo Branco, em frente ao Sesc, até o Busto de Tamandaré. Porém, a organização do evento não conseguiu autorização da Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb) porque outros dois eventos já estavam marcados para o local: o Clama João Pessoa, promovido pela Assembleia de Deus, e o Dia de Cooperar.
Como atração regional, o palco principal terá a cantora paraibana Mira Maya. As drag queens Lohanny Lorenzzi (Top Drag Paraíba 2014), Alexia Prada (2º lugar no Top Drag Paraíba 2014) e Thalita Campbell (To Drag Paraíba Internet 2014) também fazem parte da programação. Complementam as atrações os DJs Edu Tronic, Jully Mermaid, Raphael Fraga, Ronaldo e Cris L.
Mudança do local
A coordenação da Parada LGBT considerou que a mudança do percurso foi negativa para o movimento. “Isso prejudicou enormemente o nosso evento. Porque nós temos toda uma tradição de ser no Sesc e mudar de última hora é pior ainda”, comentou Luciano Bezerra, que faz parte da coordenação da Parada LGBT e do Movimento do Espírito Lilás (MEL). A caminhada espera a presença de 100 a 150 mil pessoas.
“A gente avalia como negligência da gestão municipal. Temos conquistas, avanços, mas também temos dificuldade de dialogar. Sempre é a Prefeitura, através da Coordenadoria [Municipal de Promoção da Cidadania LGBT e da Igualdade Racial], que viabiliza isso. E a Sedurb ficou protelando muito essa decisão de autorizar ou não. Só ontem eles avisaram que nós não iamos poder fazer na praia”, complementou.
A assessoria da Coordenadoria informou que o dia foi escolhido pelo Movimento LGBT e que eles poderiam ter entrado em contato com a Sedurb, com a Secretaria de Meio Ambiente (Semam) e com a Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope) para saber se não haveria outro evento no local no mesmo dia. Segundo a assessoria, a realização do evento não é responsabilidade da Coordenadoria. Também foi informado que todas as solicitações feitas à Prefeitura foram atendidas, como providenciar palco, trios e atração principal.
Antes da mudança do local, o G1 havia entrado em contato com a direção do Clama João Pessoa. O pastor Clóvis Bernardo, que é o líder da Assembleia de Deus Pentecostal da Fé, comentou que não haveria nenhum problema se os dois eventos se cruzassem. “Nosso evento não é para conflitar, é para amar e abraçar. Sou ex-homossexual, convertido há 14 anos, e sei o direito que eles estão atrás. Eu estarei clamando também, com o meu povo, para induzir os 120 pastores para que venham clamar contra a homofobia”, disse. O evento evangélico espera um público de 250 mil pessoas.