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Palmeirenses da USP divulgam manifesto contra Bolsonaro e o fascismo

Palmeirenses da USPO coletivo USParmera, que agrega torcedores e servidores da Universidade de São Paulo (USP), divulgou um manifesto em repúdio ao extremismo de direita representado pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República com o objetivo de combater o crescimento do fascismo entre os torcedores do clube.

“O Palmeiras não será tomado pelo fascismo. A alegria e o prazer de torcer pelo nosso clube jamais serão ameaçados por uma minoria atrasada, preconceituosa e presa ao fanatismo. Quem apoia Jair Bolsonaro não está apenas do lado errado da história, mas desconhece e desrespeita a própria história da Sociedade Esportiva Palmeiras”, diz trecho do manifesto publicado na página do coletivo no Facebook.

Leia a íntegra do manifesto.

São Paulo, 10 de outubro de 2018

O grupo USParmera, coletivo formado por alunos, ex-alunos, funcionários e professores da Universidade de São Paulo, além de outros torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras, viemos a público deixar claro nosso repúdio às posições antidemocráticas do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro.

É preocupante que um postulante ao mais alto cargo da República reiteradamente demonstre posições que em sua base atacam a própria existência do nosso clube, fundado e construído pelo esforço e suor de imigrantes italianos – muitos deles à época anarquistas e socialistas – que sofreram com a perseguição das elites paulistanas.

Manifestações desta natureza ofendem grande parte da coletividade palmeirense, composta por torcedores de todos os espectros políticos, gêneros e etnias, incluindo gays, negros, perseguidos pela ditadura civil‐militar, aqueles alinhados com a esquerda do espectro ideológico ou simplesmente progressistas que repudiam as atitudes racistas, homofóbicas e misóginas do candidato Jair Bolsonaro.

Mais alarmante ainda é constatar que uma parte, ainda que minoritária, de nossa torcida, dentro e fora de nosso estádio, manifeste apoio a este candidato com gritos violentos e homofóbicos, tornando nossa casa um lugar inseguro para se torcer livremente.

Por fim, repudiamos as reiteradas manifestações do atleta Felipe Mello que não apenas manifestou, com a camisa de nosso clube, seu apoio político ao candidato Jair Bolsonaro, como já chegou a chamar palmeirenses que participassem de greves de “vagabundos” no dia 28 de abril de 2017.

Declarações como estas não apenas desrespeitam a maior parte da nossa torcida como também mancham a linda história construída por atletas negros que defenderam nossas cores, como Og Moreira, Djalma Santos, Luís Pereira, César Sampaio e tantos outros, bem como atuais jogadores do elenco como o goleiro Jaílson.

O Palmeiras não é e nunca será lugar de ódio. E quem o quer desta forma ataca nossa instituição que já foi obrigada a mudar de nome por conta de perseguições fascistas e preconceituosas da elite paulistana que até nosso estádio tentou tomar à força.

Nos juntamos a tantos outros torcedores, sobretudo os coletivos Porcominas, PorComunas, Palmeiras Livre e Palmeiras Antifascista que já se manifestaram em nota de conteúdo similar e que aqui abraçamos com nossa irrestrita solidariedade.

O Palmeiras não será tomado pelo fascismo. A alegria e o prazer de torcer pelo nosso clube jamais serão ameaçados por uma minoria atrasada, preconceituosa e presa ao fanatismo. Quem apoia Jair Bolsonaro não está apenas do lado errado da história, mas desconhece e desrespeita a própria história da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Coletivo USParmera

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Redação DiárioPB

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