MÚSICA

Obra de Pedro Osmar é reconhecida Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Paraíba

O poder legislativo decretou e o governador João Azevêdo (PSB) sancionou a Lei I Nº 12.228 de 24 de fevereiro de 2022, que reconhece a obra do compositor, cantor, poeta, músico, educador e artista plástico Pedro Osmar com o Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado da Paraíba.

Entendem-se por Patrimônio Cultural os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, em conformidade com o artigo 216 da Constituição Federal.

Pedro Osmar Gomes Coutinho, conhecido como “Pedro Osmar”, desde a infância teve o contato com o folclore nordestino e brasileiro como um todo. As influências da cultura nordestina especialmente as personagens da poética popular, foram fundamentais para sua definição pela carreira musical.

Sua família era envolvida com música, de forma amadora. Seu tio, João Baliza, tocava bandolim com seu pai nas noitadas da capital paraibana. Ainda menino, frequentava os saraus que as famílias da Rua da Paz, do bairro de Jaguaribe, diariamente organizavam.

Nos anos de 1960, Pedro Osmar em plena adolescência ouvia a música dos artistas da terra, mas gostava de ouvir também, os Beatles; aos poucos, foi obtendo contato com a música de experimentação, ouvindo as composições do maestro Pedro Santos, (músico paraense radicado na Paraíba) ao participar do coral Madrigal em João Pessoa. Passou, então, a se interessar pelo estudo e prática das concepções de música contemporânea.

Nos anos 1960 e 1970, ingressou no movimento da poesia marginal, participando do Grupo Sanhauá, tornando-se ativa personagem da chamada “Geração Mimeógrafo”. Por essa, época, suas atividades poéticas escolares logo se expandiram para recitais em ruas e associações. Desde então, participa de manifestações artísticas paraibanas.

Em 1973, foi estudar música, inicialmente na Universidade Federal da Paraíba (COEX-UFPB). Logo descobriu não ser sua vocação o rigor acadêmico na interpretação de obras consagradas.

No ano de 1974, Pedro Osmar junto com o irmão Paulo Ró decidiram investir no experimentalismo musical. E resolveram criar a Banda Jaguaribe Carne, cujos primeiros acordes foram ouvidos nos festivais de música da Paraíba onde cresceram, e desenvolveram um trabalho autoral rico em referências que dialogam com o Tropicalismo e com a música folclórica.

O artista multimídia tem textos seus montados para teatro, entre eles, “Quem é Palhaço, Aquí?”, por Edilson Dias; “Fogo Prestes” por Horieby Ribeiro, Edmilson Cantalice e Jacinto Moreno; e “Em Sentido Contrário às Máquinas” (2º. lugar da Mostra do Teatro Comunitário do SESC de 2002), pelo grupo Prefácio.

Teve músicas suas gravadas por Elba Ramalho, Lenine, Zé Ramalho, Shangai, Zeca Baleiro, Totonho, Escurinho, Milton Dornellas, Gláucia Lima, Amelinha etc.

A partir dos anos 90, gravou vários discos instrumentais com música de livre improvisação: Jaguaribe Carne-Instrumental, Signagem, Viola Caipira, Novóide, Piano Confeitado, Reviola, Farinha Digital, entre outros inéditos.

Como arte-educador autodidata, até hoje ministra uma oficina de Percussão Criativa para crianças, adolescentes e adultos a partir de 2000, começando em João Pessoa, no projeto Folia Cidadã/Comunidade do Porto do Capim (Centro Histórico), e se estendendo até São Paulo, com uma boa atuação no projeto FEBEM-ARTE da unidade do Brás.

Pedro Osmar participa de alguns grupos de boa música brasileira em São Paulo: SAMPAPEBA (com Vicente Barreto, Zeh Rocha, Rafa Barreto, Fábio Barros e Cahê Rolfsen); AGUAÚNA (com Rico Venerito, Fábio Negroni e Soraia Bandeira); ITUBATUKA (em Santa Bárbara D’oeste, com Anny Dias, Daniel Moricz, Zeh Rocha e Igor Mathias); FARINHA DIGITAL (com Loop B). Também trabalha com finalizações de alguns CDs de música experimental, entre eles: DÉCIO ROCHA E PEDRO OSMAR (em Teresópolis-RJ) e BERRANCIA (retrospectiva de seu trabalho instrumental).

Pedro Osmar atualmente está radicado em São Paulo, onde desenvolve atividades profissionais com música.

Com informações do Paraíba Criativa.

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Redação DiárioPB

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