INTERNACIONAL

O que é a Opep e como corte na produção do petróleo pode afetar seu bolso

A Rússia produz mais de 10 milhões de barris de petróleo por dia

Alguns dos maiores países exportadores de petróleo do mundo informaram que irão reduzir seus níveis de produção, o que causou um salto nos preços do óleo nesta segunda-feira (3/4).

Arábia Saudita, Iraque e vários outros países do Golfo estão cortando juntos a oferta em 1 milhão de barris de petróleo por dia e a Rússia, seu colega no grupo Opep+, estenderá seu corte de meio milhão de barris por dia até o final do ano.

A medida foi criticada pela Casa Branca.

O que é a Opep+?

A Opep+ é um grupo de 23 países produtores e exportadores de petróleo que se reúne regularmente para decidir quanto petróleo bruto vender no mercado mundial.

No centro desse grupo estão os 13 membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que são principalmente países do Oriente Médio e da África.

A Opep foi formada em 1960 como um cartel, com o objetivo de controlar a oferta mundial de petróleo e seu preço.

Hoje, as nações da Opep produzem cerca de 30% do petróleo bruto do mundo.

A Arábia Saudita é o maior produtor individual de petróleo da Opep, produzindo mais de 10 milhões de barris por dia.

Em 2016, quando os preços do petróleo estavam particularmente baixos, a Opep juntou forças com 10 outros produtores de petróleo para criar a Opep+.

Esses novos membros incluíam a Rússia, que também produz mais de 10 milhões de barris por dia. Juntas, essas nações produzem cerca de 40% de todo o petróleo bruto do mundo.

“A Opep+ adapta a oferta e a demanda para equilibrar o mercado”, diz Kate Dourian, do Energy Institute. “Eles mantêm os preços altos reduzindo a oferta quando a demanda por petróleo cai.”

A organização também pode baixar os preços colocando mais petróleo no mercado.

Por que a Opep+ está cortando a produção de petróleo?

O corte mais recente, de 1,66 milhão de barris por dia, segue-se a um corte de 2 milhões de barris por dia em outubro de 2022.

O anúncio levou a uma alta de mais de 6% nos preços do petróleo nesta segunda-feira.

“Foi uma surpresa completa”, disse Dourian, “porque a Arábia Saudita disse recentemente que suas cotas de produção permaneceriam em vigor pelo resto do ano”.

“Pode ser um movimento preventivo da Opep+, porque avaliam que a demanda mundial por petróleo não será tão robusta quanto se previa anteriormente.”

Em 2020, o grupo cortou a produção em mais de 9 milhões de barris por dia em resposta à pandemia. À medida que os países entraram em confinamento, o preço do petróleo bruto caiu devido à falta de compradores.

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços subiram para mais de US$ 130 o barril, mas em março deste ano caíram para o menor nível em 15 meses, para pouco mais de US$ 70 por barril.

Os EUA classificaram a ação da Opep+ como “desaconselhável”.

Como isso pode afetar os preços dos combustíveis no Brasil?

A alta de preços do petróleo coloca pressão nos preços dos combustíveis e na inflação em todo o mundo.

No Brasil, o preço do barril é um dos fatores que a Petrobras leva em conta ao reajustar os preços da gasolina, diesel, gás natural e gás de cozinha (GLP).

No entanto, ainda é cedo para dizer quais os efeitos para os preços dos combustíveis por aqui.

Primeiro, será necessário aguardar para avaliar se essa trata apenas de uma volatilidade momentânea de preços ou se o novo patamar veio para ficar.

Isso porque a atividade mundial está em desaceleração, em meio a alta de juros nos EUA e Europa. Assim, um enfraquecimento na demanda pode tirar pressão sobre os preços do óleo mais à frente.

Além disso, os preços no mercado interno dependem ainda de outros fatores, como a cotação do dólar, a política de preços da Petrobras — que ainda não está clara com a mudança de governo — e o nível de impostos.

No entanto, a alta do petróleo deve reduzir o espaço para a Petrobras realizar novos cortes nos preços dos combustíveis nas próximas semanas.

O que está acontecendo com o petróleo russo?

Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Mohammad Barkindo, secretário-geral da Opep

Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, os países da União Europeia pararam de importar todo o petróleo russo transportado por mar e países como os EUA e o Reino Unido pararam de comprá-lo completamente.

A Rússia agora está exportando mais petróleo para a Índia e China, que não aderiram às sanções ocidentais contra Moscou.

No entanto, o grupo de nações do G7 (grupo formado por EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) está mantendo baixas as receitas do petróleo da Rússia, impondo um teto de preço de US$ 60 por barril para o petróleo que exporta.

BBC NEWS BRASIL 

Redação DiárioPB

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