O presidente Lula pretende atrair investimentos em novos negócios para o Brasil
Foi o que disse em seu discurso em um evento com empresários da Espanha e do Brasil
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (25) durante seu discurso em um evento realizado em Madri, para empresários brasileiros e espanhóis, disse que quer atrair investimentos em novos negócios no Brasil, em especial em energias renováveis, como hidrogênio verde, usinas eólicas, de biomassa e energia solar. Para isso, ele afirmou que o Brasil voltou a oferecer credibilidade e estabilidade política, econômica e social, além de previsibilidade jurídica com o fortalecimento de marcos regulatórios.
Ele citou ainda o programa de projetos em infraestrutura que será lançado pelo governo federal no próximo mês. “Pedi para que cada governador apresentasse os três projetos mais importantes para o seu estado e, com esses projetos, vamos sair internamente e vamos sair ao mundo oferecendo a oportunidade investimento”, disse. “O aperfeiçoamento da infraestrutura logística é um desafio que o Brasil deve enfrentar para consolidar seu desenvolvimento. Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira”, acrescentou.
O apoio à inovação e à indústria do conhecimento também foi destacado por Lula em seu discurso. Entretanto, para ele, a competitividade que o Brasil quer “não pode resultar na redução da renda dos trabalhadores, na diminuição do emprego formal, na restrição da liberdade dos trabalhadores ou desmonte das políticas públicas”.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
“Queremos reproduzir nos setores secundário e terciário da economia a exitosa experiência que fez do Brasil uma potência agropecuária, produtora de alimentos e agroenergia, agregando as condições naturais do país à eficiência do trabalho, da ciência e da tecnologia e de políticas públicas eficazes”, disse. “Todas as medidas domésticas são complementadas com ações de fortalecimento do comércio exterior, com ampliação mercados e iniciativas nos organismos multilaterais, a fim de deter a marcha insensata do protecionismo no mundo”, acrescentou.
O presidente criticou, novamente, o patamar da taxa Selic, os juros básicos da economia, por encarecer o crédito e dificultar os investimentos no país. A Selic está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. No mês passado, pela quinta vez seguida, o Banco Central não mexeu na taxa, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado. “Espero que a Espanha coloque dinheiro para emprestar mais barato, para podermos ter empresários que vêm aqui buscar dinheiro emprestado”, disse Lula.
A Espanha é o segundo país que mais investe no Brasil, atrás dos Estados Unidos. Durante seu discurso, Lula citou casos de sucesso de empresas espanholas no Brasil, como a Telefônica e o Banco Santander.
“Esse sucesso não é só medido pelo resultado financeiro da companhia ou pelos lucros aos seus acionistas, é medido, sobretudo, pelo impacto positivo que trazem à sociedade na qual estão inseridas, por meio da geração de emprego e distribuição de renda”, disse o presidente. “A estabilidade política e o crescimento da economia brasileira voltarão a fazer excelentes retornos as empresas espanholas”, acrescentou.
Hoje, a presidência da União Europeia (UE) está com a Suécia e, a partir de julho, será da Espanha. Nesse sentido, Lula destacou que ambos os países estão engajados na conclusão do acordo Mercosul-UE, cuja finalização se arrasta há anos.
“É um acordo importante para todos e queremos que seja equilibrado e que contribua para a reindustrialização do Brasil”, disse o presidente. Há uma expectativa de que o acordo possa ser concluído ainda em 2023.
DiárioPB com AgênciaBrasil