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Número de refugiados dobra nas últimas duas décadas e chega a 25,9 milhões de pessoas

Adi Hudea, uma menina síria, ergue os braços e fecha as mãos em gesto de rendição, após confundir a câmera fotográfica com uma arma / Foto: Osman Sagirl

O número de refugiados no mundo bateu um recorde histórico em 2018. Cerca de 70,8 milhões de pessoas estão em situação de refúgio. É o maior índice registrado nas quase sete décadas de atuação do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur).

A população global de refugiados supera a de países como França e Tailândia, conforme demonstra o relatório anual da agência Tendências Globais (Global Trends), divulgado nessa quarta-feira (19).

O Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, é dedicado à conscientização sobre a situação dos refugiados em todo o mundo, além de homenagear a resistência das milhões de pessoas que são deslocadas à força para outras localidades em consequência de perseguições, violências, calamidades naturais, guerras ou violações de direitos humanos.

Em duas décadas, o número de refugiados dobrou. Metade da população global de refugiados é composta por menores de 18 anos de idade. E, ainda de acordo com o relatório, 138,6 mil crianças e adolescentes estavam desacompanhados ou haviam sido separados de seus responsáveis.

Em 2018, o Acnur também estima que, a cada dia, 37 mil pessoas tiveram que abandonar o lugar onde residiam em busca de segurança. Os indivíduos que fazem parte deste grupo já estavam em situação de deslocamento forçado, portanto, não entram no cálculo do aumento líquido de refugiados – estimado em 2,3 milhões entre 2017 e 2018.

Segundo o órgão, o total de 70,8 milhões de refugiados é, ainda, subnotificado. O aumento do deslocamento forçado acontece em um ritmo maior que o das soluções encontradas para essas pessoas.

“Em qualquer situação envolvendo refugiados, não importa onde ou há quanto tempo ela está se prolongando, é necessário que haja uma ênfase em soluções duradouras e na remoção de obstáculos para que pessoas possam retornar para suas casas”, afirmou o alto-comissário da agência, Filippo Grandi.

“Este é um trabalho complexo, no qual o Acnur está constantemente engajado, mas que também requer que os países se unam com um propósito em comum. Este é um dos maiores desafios dos tempos atuais”, completou Grandi.

O alto-comissário da ONU também destacou a importância de uma política de portas abertas para venezuelanos no que se refere à segurança ou à proteção. “Há muitos riscos nisso e eu gostaria de usar essa oportunidade para apelar a esses países [da América Latina]. Eu sei que estou lhes pedindo muito, mas é o meu trabalho apelar a esses países para que mantenham as suas fronteiras abertas”.

Aproximadamente quatro em cada cinco refugiados vivem em países vizinhos às suas nações de origem, informa o Acnur. Síria, Afeganistão, Sudão do Sul, Mianmar e Somália concentram mais de dois terços de todos os refugiados. Já os países que acolhem os maiores contingentes dessa população são, respectivamente, Turquia, Paquistão, Uganda, Sudão e Alemanha.

Brasil de Fato

Redação DiárioPB

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