Nassif: submundo das delações virá à tona e manchará Justiça
O jornalista Luis Nassif afirmou nesta segunda-feira, 18, que ainda virá à tona as irregularidades cometidas por procuradores nos processos de delação premiada da operação Lava Jato.
“O medo os mantêm calados, Mas, daqui a alguns anos, depois de cumpridas as penas, essas histórias virão à tona e mancharão definitivamente a imagem da Justiça nesse período”, diz ele.
Segundo Nassif, todos os presos, independente do grau de envolvimento com as acusações, recebiam o tratamento da tortura psicológica até abrir o bico para dizer o que os procuradores queriam que dissessem.
“Se o prisioneiro tivesse noção de direito e alegasse que sua atuação nada tinha de criminosa, era contestado. O procurador alegava mudança na jurisprudência, dizia que a Justiça sempre ficaria do lado da Lava Jato e apontava o vingador Sérgio Moro segurando a corda da giulhotina. As condições eram as mesmas. Especialmente no caso da delação maciça da Odebrecht, a condição para uma delação favorável seria admitir que cometeu crime e, de alguma forma, envolver Lula”, afirma.
“A pressão maior era sobre familiares. Se o prisioneiro tivesse uma empresa limitada e colocasse um filho como sócio – por exigência da legislação -, ainda que com participação irrisória, o procurador chantagearia, ameaçaria envolver o filho. Várias delações foram obtidas dessa maneira”, acrescenta o jornalista.
Luis Nassif lembra também dos abusos cometidos pelo Poder Judiciário na Ação Penal 470, o chamado “mensalão”. “O sadismo de Joaquim Barbosa beirava o desequilíbrio. Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato exercem suas arbitrariedades friamente, têm método, sabem quando usar a mídia, sabem quando atender os advogados mais próximos, usam o terror para fins políticos explícitos, sempre de um olho na repercussão midiática”, diz Nassif.
“Já Joaquim Barbosa não atuava por motivação política nem para atender à demanda de escândalos da mídia. Era pelo prazer, pelo orgasmo de infligir sofrimento, em uma revanche diuturna contra a vida. É o exemplo maior do espaço que a guerra midiática abriu para as figuras mais desequilibradas, da malandragem explícita do MBL, às personalidades mais sádicas do Judiciário”, afirma.
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Brasil 247