Músicos do Kid Abelha entregam bastidores sobre ‘briga’ e fim da banda
Musa e estrela da música brasileira, Paula Toller acabou virando a personagem principal da conversa. “Quem mais perdeu com o fim foram o Bruno (Fortunato) e o George (Israel) porque a Paula cotinua fazendo shows cantando as músicas do Kid Abelha”, opinou o músico Aquiles Priester, que intermediava a conversa no canal TV Maldita, no YouTube, para logo depois questionar: “Mas por que acabou?”. Kadu Menezes, baterista durante 16 anos da banda, foi quem resolveu dar sua versão.
“É aquela velha história do empresário. Tem empresário que visualiza no seu artista a possibilidade de ele ser uma coisa maior do que ele é. Vou ser sincero. Não adianta falar para Paula que ela vai ser a diva da música brasileira. Ela é maravilhosa, é uma supercantora, tem muitos méritos. Mas não adianta… Gal Costa, Maria Bethânia, Marisa Monte são divas por natureza. A Paula começou no pop rock. E algum empresário que entrou começou com essa história de querer separar a banda. Quando eu entrei, em 1991, todo mundo andava na mesma van, todo mundo tomava café da manhã junto no hotel. Tempos depois, começaram a separar os músicos do restante do Kid, separar os músicos da equipe técnica. No próprio Kid, começaram a separar a Paula. Ela tinha o carro dela sozinho. Começaram até separar os hotéis também”, citou Kadu, que ainda completou:
“O determinante para o fim foi essa história: a Paula vai ser diva, o Kid vai ser os outros dois caras e a banda vai ser a banda, cada um no seu patamar. Tenho certeza que começou a degringolar por aí. Essa separação foi determinante”.
Outro bastidor que veio à tona se refere à famosa briga que determinou a saída de Leoni do grupo, já estourado no país inteiro na época. Até hoje a versão mais conhecida é que ele resolveu deixar os companheiros ao não ser chamado para o palco por Leo Jaime num festival de música, que acontecia no Estádio de Remo da Lagoa. O Kid Abelha faria uma participação no show do amigo na hora da música “A fórmula do amor”.
“Eu presenciei, cheguei alguns minutos depois da famosa pandeirada. Cheguei no burburinho da confusão. As meninas estavam berrando. A Paula e a namorada do Leoni naquele momento. Tinha acabado de acontecer. A Paula tinha um pandeiro que ela usava nos shows. Na hora da confusão, ela jogou. Era para acertar em não sei quem e acabou acertando o Leoni. Virou uma história do rock. O Kid ia tocar com o Leo Jaime a música que estava estourada. Quando Leoni não entrou com os outros, a ficha caiu de que a confusão tinha dado m. No palco mesmo já falavam que ele tinha saído”, contou Kadu Menezes.
Claudio Infante, baterista oficial do Kid na ocasião, não testemunhou a confusão. Ele deixou o local antes de a banda dividir o palco com Leo Jaime. “Depois do show todo mundo ia jantar junto. Fui na frente para segurar a mesa, mas ninguém apareceu. No dia seguinte, vi a foto do Leoni no jornal com o machucado na cabeça”.