MÚSICA

Música e cultura afro-brasileira marcam o Circuito Som nas Pedras no Congo

Enquanto o sol apontava para se pôr no horizonte, o toque dos tambores anunciava o início da quinta etapa do Circuito Som nas Pedras, realizado no último sábado (12), na cidade do Congo, no cariri paraibano.

No Lajedo da Barriguda, personagens representando os orixás da cultura afro-brasileira recepcionavam os visitantes que acessavam o local após percorrerem uma pequena trilha ligando a estrada ao lajedo.

Situado aos pés da Serra da Engabelada, na zona rural do Congo, o lajedo faz referência à uma imponente e centenária paineira-branca, localizada em frente à formação rochosa. Popularmente conhecida como Barriguda, entre os meses de agosto e setembro, a árvore brinda os visitantes com frondosos ramos de flores brancas.

Se o cenário natural impressionava pela beleza, a programação do evento impressionou pela diversidade de expressões culturais.

Formado pelos professores Ismael de Oliveira, Liedja Siqueira, Ana Vitória e Gabriel Arão, do Polo PRIMA de Monteiro, o Quarteto Assum Preto abriu a programação do circuito combinando clássicos da música erudita e ritmos populares nordestinos, como o baião e o dobrado.

Considerado um dos momentos mais emblemáticos da noite, a interpretação das canções Maria da Roça e Ave Maria Sertaneja, por Ruth Queiroz e Beto Rodrigues, acompanhados pelo sanfoneiro Reginaldinho Queiroz, reuniu no alto das pedras as figuras da Virgem Maria, Xangô, Oxum, Oxóssi e Obá, representando a harmonia e o respeito à diversidade cultural.

Pelo palco de pedra também passaram grupos e expressões culturais do próprio município. Bacamarteiros, corais, grupos de dança, a Sociedade Filarmônica Santa Ana e o músico Erik do Acordeom mostraram ao público as potencialidades da produção cultural do Congo.

E não foi só no palco que a produção local foi prestigiada. Em uma mesa que se estendia por mais de dez metros, o polo gastronômico foi outro grande destaque desta etapa do circuito. Xerém, galinha de capoeira, angu, bode guisado, espetinho de linguiça de bode e bolo de macaxeira foram os pratos mais consumidos pelo público.

O secretário Executivo de Estado da Cultura, Milton Dornellas, destacou o potencial de impacto social, cultural e econômico do Circuito Som nas Pedras. “Aqui na cidade do Congo, a gente percebe que a cada etapa o projeto reafirma todo o seu potencial e aponta para uma política pública de impacto na vida das pessoas”, destacou.

Além da gastronomia, o evento também contou com espaço de comercialização de artesanato. Um dos artesãos presentes foi o artista plástico Gilson Sanfoneiro, que desenvolve o minucioso trabalho de representar elementos da cultura da região através de armações feitas com pedras lisas, pregos e parafusos.

O prefeito Júnior Quirino ressaltou a importância da parceria entre a Prefeitura do Congo, a Associação Cultural do Congo e o Governo da Paraíba, destacando o papel da cultura como indutor da economia local. “Hoje, a nossa intenção é fortalecer a política de desenvolvimento de setores como turismo e cultura, como forma de gerar impactos positivos na economia da cidade”, explicou.

O trio Maria sem Vergonha, de João Pessoa, encerrou a programação do Circuito Som nas Pedras. Formado por Carol Benigno (voz e sanfona), Katiusca Lamara (zabumba) e Nívea Xavier (triângulo e voz), o grupo levou ao Lajedo da Barriguda um repertório bastante conhecido pelo público, com grandes nomes da música nordestina, a exemplo de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Trio Nordestino.

Próximas cidades – Após passar pelas cidades de Juru, Matureia, Teixeira, Princesa Isabel e Congo, o circuito realizará as próximas etapas nas cidades de Monteiro (Lajedo das Moças – 19 de outubro), Cabaceiras (Lajedo Samambaia – 26 de outubro), Serra Grande (Lajedo da Paixão – 9 de novembro), Queimadas (Pedra do Vento – 16 de novembro) e Boqueirão (Lajedo do Marinho – 23 de novembro).

Sobre o circuito – O Circuito Som nas Pedras é uma realização das prefeituras e conta com a parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Secretaria de Estado da Comunicação Institucional, Secretaria de Estado da Administração, Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) e a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), através da Rádio Tabajara e do Jornal A União, e o Sebrae.

Assessoria

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Redação DiárioPB

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