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Mel de abelhas produzido por indígenas paraibanos participa de evento mundial

PotiguarasUm grupo de índios Potiguaras de nove aldeias em Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba, vem se destacando com a produção anual de 36 toneladas de mel de abelha por ano, graças aos incentivos do Governo do Estado por meio do Cooperar. Com isso, já asseguraram a participação na II Feira Nacional da Agricultura Tradicional Indígena, que acontecerá a partir do próximo dia 24 e agrega a programação do I Jogos Mundiais do Povo Indígena em Palmas (TO), promovido pelo Governo Federal e parceiros.

Essa é a primeira vez que o grupo vai participar de um evento em nível nacional com um produto totalmente orgânico e terá uma vitrine com 250 unidades que serão apresentadas na forma de 500 e 200 gramas. “A feira vai possibilitar a troca de informações com outros povos indígenas”, lembrou o presidente da Associação Paraibana dos Produtores de Mel (Paraíbamel) em Baía da Traição, José Ronaldo Fernandes.

O secretário executivo do Cooperar, Roberto Vital, em visita à comunidade indígena São Miguel, na manhã dessa quinta-feira (15), se reuniu com o grupo e falou dos novos investimentos que virão para fortalecer os projetos produtivos com o financiamento de Alianças Produtivas, uma das linhas que serão disponibilizadas pelo PB Rural Sustentável, em fase de preparação e com previsão de execução a partir deste ano pelo governo e em parceria com o Banco Mundial.

O gestor falou da importância do próprio grupo vender diretamente a produção que deverá agregar melhor apresentação no portfólio do produto ofertado ao mercado privado e institucional, pois atualmente, o mel envasado da Paraíbamel é destinado a uma empresa do ramo no interior da Paraíba e tem o custo de R$ 6,00, o quilo. “O Cooperar vai viabilizar também o apoio técnico e financeiro para modernizar envases, logomarca e rótulos que indiquem a origem indígena do produto”, assegurou Roberto Vital.

O subprojeto de apoio à apicultura em Baía da Traição pelo Cooperar e Banco Mundial deu para atender diretamente 20 beneficiários das Aldeias São Miguel, Tramataia, Cumaru, Forte, Galego, Lagoa do Mato, São Francisco e Tracoeiras e Camurupim em Marcação com um investimento de R$ 81,7 mil destinados a construção da unidade de extração de mel, aquisição de equipamentos e materiais apícolas, computador completo e material para escritório.

De acordo com José Ronaldo Fernandes, a situação econômica da maioria dos indígenas na localidade tinha como base a agricultura e pesca de subsistência e ainda os serviços informais na construção civil em decorrência do turismo local, principalmente nos períodos de verão que possibilitava ganhos de até um salário mínimo de forma inconstante. “Agora, com toda uma infraestrutura propícia para a extração e envasamento do mel, a fartura chegou aqui e hoje contamos em média, de forma certa, com mais de um salário mínimo”, destacou.

Com o lucro, a Paraíbamel já fez reinvestimentos para a manutenção da unidade de extração de mel, reforma das colmeias e manutenção de um veículo para transportar a produção. A associação também ampliou o mix de produtos com a venda de própolis iniciada este ano e com o custo de R$ 300,00 o quilo. Agora já pensam em desenvolver outro produto que será o veneno da abelha, um produto altamente rentável que tem um custo estimado em R$ 25 mil o quilo e é utilizado no tratamento de várias doenças, como a artrite, esclerose múltipla, lúpus, entre outras.

O Governo do Estado, por meio do Cooperar e em parceria com o Banco Mundial, destinou R$ 291,8 mil para projetos de apicultura e avicultura alternativa, beneficiando comunidades indígenas em Baía da Traição e Rio Tinto.

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