Sonda da Nasa capturou registros de que há córregos de água salgada em Marte Foto: Divulgação Nasa
Estados Unidos – Marcianos em Marte? A possibilidade de vida extraterrestre na nossa vizinhança aumentou consideravelmente ontem, quando a Nasa anunciou uma das maiores descobertas da pesquisa interplanetária nas últimas décadas: existe, sim, água no Planeta Vermelho. E em estado líquido! Essa é uma das condições para que um ambiente abrigue vida, e nesta segunda-feira os cientistas da agência espacial norte-americana confirmaram que o então inóspito e desértico planeta tem salmouras visíveis a olho nu.
Esqueça por ora os seres verdes gigantescos, os tripés destruidores e os discos voadores psicodélicos dos filmes de Hollywood. Se houver vida em Marte, muito provavelmente será microscópica — mesmo assim, trataria-se de marco sem precedentes na história da ciência. A novidade aumenta ainda mais a curiosidade sobre o Planeta Vermelho, para onde terráqueos já despacharam nove missões de solo, incluindo os robozinhos Curiosity e Opportunity.
A água marciana daria um empurrão nas missões tripuladas para o vizinho vermelho, hoje restritas ao cinema — como o ‘Perdido em Marte’, com Matt Damon, que estreia esta semana. Mas a conquista de Marte está mais para a ficção do que para a realidade, pelo menos no curto prazo.
De realidade, somente a confirmação da Nasa. Em entrevista coletiva, cientistas explicaram que a suspeita pairava sobre manchas escuras observadas na superfície de Marte. “Essas manchas se formam no fim da primavera, aumentam no verão e somem no outono. Por 40 anos, não pudemos explicar por que elas existiam”, afirmou o diretor de Ciência Planetária, Jim Green. “Marte sofreu enorme mudança climática e perdeu sua água. Mas há muito mais umidade no ar do que jamais havíamos imaginado!”
Dados do satélite Mars Reconnaissance Orbiter mostram que as linhas escuras, que aparecem em declives marcianos, estão associadas a depósitos de sal, que podem alterar os pontos de congelamento e evaporação da água, fazendo com que ela fique líquida por tempo suficiente para se mover. Sem isso, a água congelaria nas baixas temperaturas.
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