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Marcenaria Escola capacita jovens e adultos para o mercado de trabalho

vando“Hoje eu vejo novos horizontes. Para mim, que há um ano vivia solto no mundo, estou me sentindo numa nova vida. Vou continuar vivendo com o que aprendi, hoje sou outra pessoa”. A afirmação do jovem Maycon dos Santos Pessoa, de 16 anos, revela que muito mais do que uma profissão, os alunos da Marcenaria-Escola, coordenada pela Secretaria do Desenvolvimento Social (Sedes) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) aprendem a sonhar com novos horizontes.

Destinado a qualificação de jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, o curso de marceneiro reúne alunos com realidades e anseios parecidos. “Quero ser marceneiro e trabalhar por conta própria”, conta Joalisson Oliveira da Silva, 16, morador do Costa e Silva que todos os dias comparece as aulas que acontecem no Jardim Cidade Universitária. Apesar da distância, o jovem está otimista com o futuro promissor. “Vou terminar o curso, para isso tô me esforçando muito, prestando a atenção a cada passo. Gosto muito dos desenhos, mas fico mais animado quando é para cortar a madeira e dar forma ao objeto”, admitiu o jovem.

Elinaldo Santos do Nascimento, flanelinha, tem dois filhos, é usuário do Ruartes e também não esconde a satisfação da nova profissão. “Gostei muito do curso, fiz com muito sacrifício, mas valeu à pena. Agora tô pronto para o mercado de trabalho e com uma perspectiva de vida bem melhor. Vou seguir a vida como marceneiro”, ressalta.

No momento o curso funciona com 28 alunos, dos quais, seis mulheres. Uma delas é a dona de casa, Jeane Nunes Xavier. A aluna conta que tem três filhos pequenos e está desempregada. “Sou artesã em pintura em tecido, mas a renda é muito fraca. To Cursode marcenariaescolar sedes cornelio felipe 077correndo atrás das oportunidades e a marcenaria veio como uma bênção”.

Jeane acredita que juntando as duas artes, a oportunidade de vencer será maior. “Soube do curso através de uma amiga que veio se inscrever e me incentivou. Estou gostando muito, os professores são muito bacanas com a gente”, alegou.

Respeito e cidadania- Nos últimos cinco anos, a unidade já formou mais de cem pessoas. A maioria já se encontra no mercado de trabalho, de forma autônoma ou com carteira assinada. “Ninguém que sai daqui se perde, assegura José Vando, professor e coordenador do curso.

José Vando diz que o curso é de marcenaria básica. Segundo ele, muito mais do que aprender a construir móveis, a unidade oferece a oportunidade de pessoas completamente diferentes se vincularem numa relação de respeito e cidadania.

“Durante o curso, os alunos têm a oportunidade de vivenciar o universo da marcenaria. Aprendem a manipular os equipamentos e a fazer a leitura dos projetos interpretando desenhos técnicos e produzindo as peças, mas também são orientados à humanização”, destaca o coordenador.

Cursode marcenariaescolar sedes cornelio felipe 081Ele diz que, embora criada há nove anos, foi nos últimos cinco que a unidade passou à modalidade de capacitação e compromisso com o mercado de trabalho das pessoas em vulnerabilidade social.

Alunos de vários perfis – Lúcia Silva, diretora de Economia Solidária e Segurança Alimentar (Dessan), responsável pela execução da marcenaria, considera o trabalho um desafio da gestão. “É um desafio dentro da proposta de intersetorialidade. A cada curso concluído é uma emoção a mais para se comemorar”, considera.

Esse desafio, segundo a diretora, é retratado, sobretudo, na diversidade dos perfis dos alunos nos dois últimos anos. “Hoje a Sedes tem priorizado os usuários dos serviços sociais durante a seleção da demanda”, assinala.

As alunas e os alunos são referendados pelas Casas de Acolhimento (que acolhem pessoas em situação de rua e jovens que cumprem medidas socioeducativas); do Programa Bolsa Família, das Cozinhas Comunitárias e dos Centros de Referência da Cidadania e da Assistência Social (CRCs/CRAS)”, revela.

José Vando confessa que a opção pela diversidade de perfis o assustou um pouco no início. “Optamos por fazer o trabalho dentro da simplicidade de ações. A força destas pessoas contribui muito para a satisfação com o bom resultado do trabalho”, considerou.

As aulas do curso 2015 tiveram início no dia 4 de abril. A turma é formada por participantes na faixa etária de 16 a 55 anos, do sexo feminino e masculino, advindos de vários bairros da cidade. O curso teve início com a iniciação em desenhos, sob a orientação da design da marcenaria, Keline Serrão. “Aqui a teoria caminha com a prática e a aprendizagem flui”, diz o coordenador.

Funcão social e sustentabilidade-  O coordenador faz questão de lembrar a preocupação com a sustentabilidade e a função social da marcenaria. Segundo ele, a gestão tem estudado formas de otimizar seus resíduos sólidos e de fazer sua parte quanto à conscientização ao meio ambiente.

“Desde o ano passado estamos tentando exercer uma política sustentável, buscando sempre trabalhar com madeira certificada, colas e tintas que não agridam ao meio ambiente e conscientização nos processos de criação, produção e finalização”, destacou.

Quanto à função social, ele lembra que além da capacitação, os móveis criados durante as aulas e oficinas também cumprem a sua função social. “São aproveitados pela Prefeitura para o mobiliário dos equipamentos públicos”, destacou.

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Redação DiárioPB

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