Manuela d’Ávila lança seu primeiro livro intitulado “Revolução Laura”, em João Pessoa
No seu primeiro livro intitulado “Revolução Laura”, Manuela D’ávila traz para o público as histórias e reflexões sobre suas vivências e experiências desde a chegada de Laura, sua filha de 4 anos, principalmente durante o processo eleitoral.
Em 2017, Manuela foi candidata à presidência pelo PCdoB, depois foi convidada à vice-presidência na chapa encabeçada por Fernando Haddad, do PT, chegando ao segundo turno. Em muitas dessas viagens pelo Brasil, Laura esteve com ela.Gregória Benário com Théo (5) e Manuela com Laura (4)
O evento, com mais de 400 pessoas, aconteceu no Bessa Me e contou com uma roda de conversa e sessão de autógrafos. Na introdução do livro, a descrição: “É um recorrido mental e afetuoso de impressões que parecem bilhetes, crônicas eventuais ou anotações em guardanapos de papel.”
Durante a conversa com o público, formado majoritariamente por mulheres de várias idades, muitas mães, Manuela assume: “É um livro sobre amor, sobre entrega. Mas também é um livro sobre política. Porque a Laura permitiu que eu me desse conta o quão forte e estruturante, da nossa política, é o machismo. E como, dentre as coisas que eu posso viver – eu jamais serei uma mulher negra, assim como não sou uma mulher lésbica – dentre as coisas que eu posso viver, a maternidade, talvez seja ela que mais desnude, como eu costumo brincar, é a última porrada na cara, pra gente se dar conta do que é o machismo no nosso mundo.”
Segundo Gregória Benário, mãe do Théo (5 anos), uma das principais organizadoras do evento, e que também foi candidata em 2017 pelo PCdoB a Deputada Federal, explica porque este é um livro especial: “Primeiro porque Manuela está percorrendo o país com o seu livro A Revolução Laura onde ela traz a sua experiência sobre a maternidade como mulher no espaço público. Algo que é pouco contado pouco falado. É muito raro termos crianças nestes espaços, e ela, na campanha à presidência da república, levava a filha para todos os espaços mostrando um pouco da relação do amor pela filha, onde ela buscou forças para continuar a trajetória da campanha, que foi muito pesada e violenta”.Público no Bessa Me
Gregória aponta que o período eleitoral foi marcado por muita mentira e que a Manu foi vítima de várias violências e agressões.
Manuela D’ávila no programa Roda Viva, 62 interrupções
Em junho de 2017, Manuela foi entrevistada no programa Roda Viva, da TV Cultura. O sentimento machista e anti-esquerda era latente a cada pergunta, a cada interrupção: 62 no total – o que trouxe para debate o manterrupting, termo criado para o fato de que, geralmente, as mulheres são interrompidas por homens quando tentam falar e ou explicar alguma coisa. Manuela, por sua vez, se manteve firme, respondeu a todos e não se alterou em momento algum diante das provocações.
Foto de Manuela amamentando em espaço público, foi alvo de agressões na internet
Manuela D’ávila já trazia sua filha para os espaços quando, em 2016, ocorreu uma polêmica sobre a sua maternidade depois que aparece uma foto sua amamentando a Laura, de quase 11 meses, durante um debate sobre maternidade, feminismo e academia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) viraliza na internet. Nas redes sociais, Manuela disparou: “Ela mamou ali. E dormiu. todas as mulheres que são mães e amamentam ou amamentaram sabem que esse gesto é natural e espontâneo! O que chama atenção na foto em minha opinião? Mulheres em espaço de poder, crianças em espaços de poder, vida em espaços de poder. A política é masculina e machista, a política não tem espaço para as mulheres, a política não tem espaço para o que nos diferencia dos homens, a política não tem espaço para a ingenuidade e para a alegria das crianças, não tem espaço para a naturalidade com que conciliamos nosso trabalho e nossas lutas com nossos bebês”
Manuela vai continuar percorrendo o Brasil na divulgação do livro que pode ser adquirido no site do Instituto “E se fosse você?”, fundado em 2019 sob a direção de Manuela, que no segundo semestre do ano lançará seu livro número 2, sobre feminismo.
Brasil de Fato