Manifestantes protestam contra reformas e Temer em Brasília
Milhares de pessoas protestavam nesta quarta-feira em Brasília contra o presidente Michel Temer e as reformas trabalhista e da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional, e foram registrados tumultos entre policiais e manifestantes na Esplanada dos Ministérios.
Portando cartazes com dizeres como “Fora Temer, diretas já” e “Corruptos tirem suas mãos de meus direitos”, os manifestantes foram convocados pelas centrais sindicais para protestar contra as reformas. Diante das recentes denúncias envolvendo Temer, os participantes do ato passaram a pedir a saída do presidente e a realização de eleições diretas para a escolha de seu substituto.
“Temer não pode ficar e estas reformas que tiram nossos direitos não podem avançar. Queremos diretas já”, resumiu o sindicalista da área da saúde de Anápolis (GO) Dorivaldo Fernandes, de 56 anos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, a manifestação reunia cerca de 25 mil pessoas, que caminhavam em direção ao Congresso. Organizadores do protesto falavam em 150 mil pessoas na capital federal.
Bombas de efeito moral foram lançadas por policiais quando alguns manifestantes conseguiram furar um bloqueio montado pela Polícia Militar, que impedia que os manifestantes se aproximassem do Congresso Nacional. A reportagem da Reuters no local viu ao menos uma pessoa ferida no protesto e ambulâncias se dirigindo ao local onde os manifestantes se concentravam.
Temer, que já enfrentava baixíssima popularidade antes, viu sua situação política se complicar muito depois da revelação de um encontro com o empresário Joesley Batista, da JBS, no Palácio do Jaburu.
Com o enfraquecimento político de Temer crescem as dificuldades para a aprovação das reformas. A trabalhista já passou pela Câmara e está em comissões no Senado. Mas a da Previdência, que é uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e por isso necessita de três quintos dos votos na Câmara e no Senado, ainda não foi votada pelo conjunto dos deputados.
“Ainda que o Temer caia, nós vamos continuar a defender nossos direitos”, disse o trabalhador no setor químico, em Marília (SP), Aguinaldo Aranha, de 41 anos.
Reuters