Manchas de óleo: por que estão ocultando o gigantesco crime ambiental?
Por Gustavo Gollo, via Jornal GGN – Desde o final de agosto, manchas de óleo têm dado às praias do Nordeste. As notificações se somaram por mais de um mês e já cobriam uma extensão de quase 2 mil km de costa quando os meios de comunicação começaram a dar verdadeira atenção ao tema, deixando de tratá-lo como notificações locais, após manifestação do presidente da república insinuando a culpa de um país que já estava em seu radar, enquanto decretava sigilo sobre relatório da Petrobrás que mapeava a origem do vazamento monstro. Atente, é o sigilo sobre esse relatório que mantém oculto e resguarda o responsável pela catástrofe descomunal.
Os meios de comunicação se deliciaram com a insinuação do presidente, deduzindo tratar-se da Venezuela, o tal país no radar, que já vinha sendo acusada por eles. A balela teria advindo de um comentário de funcionário da Petrobrás sobre o laudo posteriormente sigiloso de que o petróleo “não é nosso”, referindo-se à petrolífera, mas sendo compreendido como “não é brasileiro”, o boato caiu nas graças dos meios de comunicação, embalado especialmente pelo google, o primeiro a lhe dar amplo destaque.
A farsa foi ganhando corpo através de seguidas insinuações por parte de autoridades governamentais de altíssimo escalão, que acabaram autorizando a adesão descarada dos meios de comunicação, merecendo destaque uma farsa perpetrada pelo fantástico “provando” a origem venezuelana do óleo das praias sem apresentar nenhum dado, absolutamente nada que sugerisse a tese defendida. Apesar da repetição reiterada da palavra Venezuela e da acusação recorrente ao país, nenhum dado mostrado corroborou tal hipótese, levando o espectador atento a acreditar fortemente tratar-se de uma farsa para imputar à Venezuela a culpa sobre o vazamento. Repito, nenhum dado sobre o petróleo venezuelano foi mostrado no programa. (Na manhã seguinte, foi retirada do vídeo postado no G1 a parte mais comprometedora da farsa, que reproduzo, abaixo. Posteriormente o vídeo original foi reconstituído).
Outras tramoias têm pautado o noticiário, como a negação da análise por sensoreamento remoto executada por professor da USP revelando a existência de duas manchas que juntas perfaziam 25 km2, decorrido quase um mês e meio da catástrofe. A mancha monstro atestava a impossibilidade de que o óleo tivesse se originado de um navio, dada sua extensão descomunal após um mês e meio no mar. A análise retroativa das imagens dos satélites europeus Sentinel revelará a localização do vazamento, é impressionante que isso ainda não tenha sido mostrado.
Como parte das medidas efetuadas para confundir a população e encobrir o crime, plantaram uns tonéis de óleo em praias sergipanas, sugerindo que os 2 mil km de lambança adviriam disso, permitindo assim a manifestação de uma espécie de demonstração do senso de humor miliciano ao colocar marinha e polícia federal no encalço do comprador de 2 tonéis de óleo, por suspeição sobre o vazamento monstro.
Mas, por que, afinal, estão ocultando um crime ambiental tão gigantesco, talvez o maior desastre petrolífero de todos os tempos?
A quantidade vazada atesta a ocorrência de acidente em plataforma, um vazamento monstro passível de gerar sanções da ordem de dezenas de bilhões de dólares, sugerindo ao responsável pelo crime bilhões de motivos bastante óbvios para esconder tudo.
Em vista de tais cifras, não é necessária muita imaginação para se supor que uns poucos bilhões distribuídos aqui e ali tenham comprado emissoras de TV, autoridades governamentais… .