Nascido em 22 de janeiro de 1898, na cidade de Teixeira, Paraíba, Jovelino Cândido Bezerra foi uma figura ímpar que marcou profundamente a história da música e das artes no Brasil. Filho de Pedro Cândido e Hortência Maria Bezerra, desde cedo revelou um talento excepcional, ingressando, aos dez anos, na banda musical de sua cidade, onde recebeu orientação de grandes mestres como Numa Pompílio Barbosa, Manoel Gomes Leão e Enoque Cavalcante.
Os Primeiros Passos no Universo Musical
Em 1915, Jovelino ingressou como aprendiz na banda de música da Polícia da Paraíba, iniciando uma trajetória que transformaria o cenário musical do estado. Dois anos depois, em 1917, foi nomeado regente da banda de música “Saboeira”, em Goiânia, Pernambuco. Logo após, retornou a Itabaiana, onde reassumiu a regência da filarmônica local e do coral da igreja matriz.
Em 1920, recebeu um convite do Dr. Fernando Pessoa, então prefeito de Itabaiana, para dirigir a banda de música “24 de Maio”. Essa oportunidade consolidou sua reputação como um maestro de raro talento e profundo compromisso com a música.
Casamento e Vida Familiar
Em 12 de outubro de 1919, na cidade de Pilar, Jovelino casou-se com Alaíde César de Melo. Este casamento foi o alicerce de sua vida familiar e o sustento emocional que lhe permitiu construir uma carreira tão rica e duradoura.
O Alvorecer de uma Grande Obra Musical
Ao longo das décadas, Jovelino assumiu regências em várias cidades da Paraíba, como Sapé, Guarabira, Santa Rita e Princesa Isabel. Suas apresentações eram marcadas pela execução de peças de compositores consagrados como Carlos Gomes, Donizetti, Puccini, Schubert e Rossini, revelando seu apurado gosto artístico.
Em Princesa Isabel, ele compôs o Hino Oficial da cidade, uma obra que reflete sua sensibilidade e conexão com a cultura local. Além disso, dedicou-se à educação musical, ensinando canto coral, teoria musical, solfejo e composição. Seu trabalho formou gerações de músicos e deixou um legado inestimável.
Versatilidade nas Artes
Jovelino não se limitou à música. Ele se destacou também no teatro, compondo cerca de 500 peças, entre dramas, comédias, esquetes e coreografias. Sua versatilidade fez dele um verdadeiro ícone cultural, transcendendo o campo musical e se firmando como um grande nome das artes cênicas.
O Adeus de um Mestre
Jovelino Cândido Bezerra faleceu em 1989, deixando como legado um acervo impressionante de mais de 500 composições, entre dobrados, músicas populares, sacras e cinco “Ave Marias”. Sua obra permanece viva, ecoando nas partituras e melodias que continuam a inspirar gerações.
Entre seus filhos destacam-se Ivanilda César Bezerra, Armando Cézar Bezerra, Maria Auxiliadora Cézar Bezerra, Ademar Cézar Bezerra, Fernando Antônio Cézar Bezerra, Olívio Cézar Bezerra, Juarez Cézar Bezerra e Maria das Neves Cézar Bezerra, que perpetuam a memória de um homem cuja vida foi um verdadeiro concerto de talento, dedicação e amor às artes.
O Autor: Armando Cezar Bezerra
Armando Cezar Bezerra nasceu em 16 de novembro de 1923, em Itabaiana, Paraíba, e faleceu aos 98 anos, em 26 de dezembro de 2021.
Em 27 de julho de 1954, uniu-se em matrimônio com Semíramis de Albuquerque Lira, com quem teve três filhos: Maria das Graças de Albuquerque Cezar, Alberto de Albuquerque Cezar e Roberto de Albuquerque Cezar.
Herdeiro do talento musical de seu pai, Armando nutria um gosto sofisticado pela música, encantando-se com orquestras renomadas como Tabajara e artistas como Ray Conniff e André Rieu. Ele vivia a música intensamente, como quem dança com a alma ao som de cada acorde.
Além de sua paixão musical, Armando era um exímio contador de histórias. Seus textos, poesias e reflexões eram tesouros compartilhados em momentos de família, enriquecendo a convivência com sabedoria e humor.
Até seus últimos dias, dedicou sua vida à esposa, filhos e netos, encontrando alegria na convivência familiar. Sua presença irradiava amor, como um sol que aquece e ilumina todos ao redor.
Seu livro biográfico sobre Jovelino Cândido Bezerra oferece um retrato rico e detalhado do cenário musical da Paraíba, destacando a relevância das composições de seu pai para o fortalecimento das bandas filarmônicas locais.
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