Macedo tem posse contestada
Um dos presidentes eleitos para o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Jackson Macedo, toma posse na noite desta terça, 27, no Sindicato dos Bancários, na avenida Beira Rio, na capital paraibana, sob um clima de cisma por boa parte dos quase 30 mil filiados da legenda no estado. Votado por apenas 124 delegados no congresso do partido, no último dia 6 de maio, ele tenta iniciar uma gestão sem o apoio das principais lideranças da legenda.
Macedo enfrenta uma batalha judicial contra o deputado Anísio Maia, que também foi eleito pela outra metade dos petistas que se negaram a participar do momento do congresso que escolheu Jackson. Maia tem o apoio dos deputados Frei Anastácio e Luiz Couto (Federal), além da presidenta do CREA-PB, Giucélia Figueiredo e de várias outras lideranças históricas do PT paraibano.
“Esse evento é apenas mais um jogo de cena e deverá servir muito mais para o ex-presidente Charlinton Machado lançar sua pré-candidatura a deputado para a eleição do ano que vem do quê para qualquer outra coisa. Todo o processo de definição do PED continua sub-judice”, diz o ativista Dalmo Oliveira, que também participa do movimento Muda Partido e apoia Anísio Maia na presidência.
“Rainha da Inglaterra”
Outros críticos de Jackson Macedo garantem que, caso seja mantido na presidência, sua gestão será totalmente guiada por lideranças dos agrupamentos internos que gravitam em torno do grupo Construindo um Novo Brasil (CNB), cuja principal liderança na Paraíba parece ser o ex-deputado Rodrigo Soares. Outra liderança que deverá ter bastante ingerência no suposto mandato de Macedo deverá ser o vereador pessoense Marcos Henriques.
“O grupo que banca Jackson aplicou um golpe durante o PED anulando cerca de 600 votos que dariam a vitória ao Muda PT. Ele próprio era candidato e se manteve na comissão que organizou o processo eleitoral, numa atitude absurdamente anti-ética. Sua eleição, portanto, se tornou eivada de vícios e de manipulações. Eles perderam a condição, inclusive, de apontar os golpistas fora do partido”, diz Oliveira.
Representantes do Muda PT também acusam o ex-presidente Charlinton de utilizar a máquina financeira e burocrática do partido em favor de uma possível projeção política nas próximas eleições. “Em seu discurso de despedida à frente do Diretório Estadual, Machado reconheceu seus erros, mas continua repetindo as manias e oportunismos do CNB. Há quem diga até que sua real intenção seria ocupar o lugar do deputado Luiz Couto”, avalia o militante do movimento negro local.
A posse de Jackson Macedo será regada a forró e comidas típicas. Mas analistas políticos dizem que vai faltar companheiros pra dançar o arrasta-pé.
Redação