ECONOMIA

Lucro recorrente do BNDES cresce 94% e chega a R$ 7,2 bi no 1º semestre, acompanhado de alta de 83% nas aprovações

“Os resultados comprovam que, no governo Lula, o BNDES retomou seu papel como o principal instrumento de promoção do desenvolvimento", diz Mercadante

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) obteve, no 1º semestre de 2024, lucro líquido recorrente no valor de R$ 7,2 bilhões, um crescimento de 94% frente ao mesmo período de 2023 (R$ 3,7 bilhões). O resultado financeiro foi concentrado principalmente em ganhos de crédito e tesouraria.

Já o resultado operacional apontou que as aprovações de crédito, no 1º semestre de 2024, superaram as marcas dos últimos 6 anos, somando R$ 66,5 bilhões (aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2023). Os desembolsos do BNDES, que totalizaram R$ 49,3 bilhões no 1º semestre de 2024, mantém uma trajetória de crescimento, com um aumento de 21% frente ao mesmo período de 2023.

Os números foram apresentados em entrevista coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 13, na sede do BNDES, no Rio, com a participação do presidente Aloizio Mercadante e dos diretores Alexandre Abreu (Financeira e Mercados de Capitais), Nelson Barbosa (Planejamento e Relações Institucionais), Maria Fernanda Coelho (Crédito Digital para MPMEs), Luciana Costa (Infraestrutura e Mudança Climática), Tereza Campello (Socioambiental), Helena Tenório (Pessoas, Gestão e Operações) e José Luis Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior).

O volume total de aprovações do Banco cresceu expressivamente em todos os recortes setoriais, com destaque para o aumento nas aprovações de infraestrutura (R$ 26,3 bilhões) e na indústria (R$ 14,5 bilhões), seguidos comércio e serviços (R$ 11,4 bilhões) e em agropecuária (R$ 14,2 bilhões). O resultado inclui operações diretas e indiretas (via agentes financeiros repassadores de recursos do BNDES).

Somente para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) as aprovações de crédito totalizaram R$ 29,3 bilhões, ante R$ 19,1 bilhões do 1º semestre de 2023 (aumento de 53,2%). Os valores aprovados no 1º semestre de 2024 representam o dobro do apurado no 1º semestre de 2022.

Segundo o diretor Alexandre Abreu, a melhoria do resultado é consequência direta da volta do BNDES como repassador de recursos para a economia. “As cooperativas de crédito tem se destacado no repasse de recursos do BNDES. Isso explica porque estamos tão fortes no apoio às MPME e no crédito rural, dois grupos atendidos pelas cooperativas”, pontuou.

“Os resultados do primeiro semestre de 2024 comprovam que, no governo do presidente Lula, o BNDES retomou o seu papel como o principal instrumento de promoção do desenvolvimento do Brasil. Em janeiro de 2023, encontramos o Banco com funding e liquidez comprometidos. Agora, alcançamos a maior carteira de crédito dos últimos seis anos, com inovações importantes para captação de recursos sem impacto primário, como a ampliação do Fundo Clima, a Letra de Crédito do Desenvolvimento e o Fundo Investimento em Infraestrutura Social”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Lucro líquido – No 1º semestre de 2024, o lucro líquido total foi de R$ 13,3 bilhões, superior aos R$ 9,5 bilhões apurados no 1º semestre de 2023, influenciado por eventos não recorrentes como dividendos e recuperações de crédito.  No 1º semestre deste ano, as receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio somaram R$ 4,3 bilhões (basicamente oriundas da Petrobras) e a reversão de provisões de crédito totalizou R$ 1,7 bilhão – devido a revisões de classificação de risco e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores.

Ativos – Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 778 bilhões em 30 de junho de 2024, um acréscimo de R$ 45,5 bilhões em relação a dezembro de 2023, destacando o aumento de R$ 15,2 bilhões da carteira de crédito expandida e de R$ 25,3 bilhões dos títulos e valores mobiliários, em função de ingressos de recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e do Tesouro Nacional, visando o Programa BNDES Emergencial do Rio Grande do Sul.

A carteira de crédito expandida, que abrange financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, alcançou o montante de R$ 530,2 bilhões em 30 de junho de 2024, representando, assim, 68,1% dos ativos totais e a maior carteira em termos nominais dos últimos seis anos. O aumento foi influenciado pelo crescimento dos desembolsos e pela apropriação de juros e atualização monetária.

O BNDES manteve boa qualidade da carteira de crédito e repasses, com 96,7% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco, compreendidos entre AA e C, no primeiro semestre do ano. Esse percentual se mantém superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que atingiu 91,4% em 31 de março de 2024 (última informação disponível).

A carteira de participações societárias totalizou R$ 82,5 bilhões em 30 de junho de 2024. O acréscimo de 3,3% frente a dezembro de 2023 ocorreu, sobretudo, pela valorização dos investimentos em empresas não coligadas. Petrobras, JBS, Eletrobras e COPEL seguem como principais empresas investidas em termos de carteira total.

A inadimplência de 0,07% permanece expressivamente inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,24% geral e 0,41% para grandes empresas em junho de 2024).

Fontes de recursos – O FAT representa a parcela mais significativa da estrutura de funding do BNDES, respondendo por 57,5% das fontes de recursos da instituição, não considerando nesse cálculo os passivos não-onerosos. Em 30 de junho de 2024, o saldo com o FAT era de R$ 425,8 bilhões. O aumento é oriundo de apropriação de juros, variação cambial e ingresso de recursos.

O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 50,5 bilhões em 30 de junho de 2024, aumento de 17,7% decorrente do ingresso de recursos de R$ 8 bilhões para financiar as medidas emergenciais criadas para auxiliar na recuperação da economia do Rio Grande do Sul.

O BNDES recebeu R$ 10 bilhões do Fundo Nacional sobre a Mudança do Clima (FNMC), destinados ao Programa Fundo Clima para financiamento de projetos que visem à mitigação e adaptação à mudança do clima e aos seus efeitos.

O passivo com captações externas totalizou R$ 24,3 bilhões em 30 de junho de 2024, apresentando aumento de 2,9% no semestre. A entrada de R$ 1,0 bilhão em recursos captados junto ao Instituto de Crédito Oficial (ICO) e o efeito da valorização do dólar norte-americano no saldo devedor dos contratos foram compensadas pela liquidação de R$ 2,6 bilhões com o Bank of New York Mellon devido ao vencimento de Bonds.

Patrimônio líquido – O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 160,0 bilhões em 30 de junho de 2024, acréscimo de 5,8% em relação a 31 de dezembro de 2023. O aumento de R$ 8,7 bilhões decorre, principalmente, do lucro líquido de R$ 13,3 bilhões, atenuado por R$ 5,3 bilhões destinados como dividendos complementares relativos ao exercício de 2023, a serem pagos sob a forma de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP).

Índice de Basileia – O crescimento do Patrimônio de Referência (R$ 192,3 bilhões em 30 de junho de 2024 ante R$ 186,3 bilhões no trimestre anterior), contribuiu para o aumento do Índice de Basileia do BNDES para 31,2% (30,4% em 31 de março de 2024), mantendo situação confortável em relação aos 10,5% exigidos pelo Banco Central.

Para acessar as demonstrações financeiras completas do BNDES e suas subsidiárias, acesse o Portal de Relações com Investidores.

Redação DiárioPB

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