Litro da gasolina chega a R$ 4 reais na Paraíba e Procon cobra explicações de postos
O litro da gasolina atingiu R$ 4,00 em alguns postos de João Pessoa. O aumento acendeu o sinal de alerta dentro do Procon, que apontou abusos e cobrou, da rede de postos que atuam na Capital, explicações sobre os novos reajustes. Em nota emitida pelo Sindipetro, os proprietários de postos reagiram e alegaram que não têm controle sobre o comportamento dos preços.
Eles apontam a carga de impostos como um dos principais fatores que pesam sobre o valor final dos combustíveis (veja abaixo). Pelos cálculos do Sindipetro, a carga tributária responde por quase 50 por cento do preço do litro da gasolina na Paraíba.
Para o Procon, o abuso é real. O órgão realizará hoje pesquisa na rede de postos e antecipou que os empresários podem ser penalizados.
“O comerciante que não justificar que o aumento corresponde ao repasse da distribuidora no montante, ele pode ser penalizado pelo Código de Defesa do Consumidor”, alertou o secretário do Procon-JP, Helton Renê.
O secretário disse ainda que entende a nova política de reajuste aplicada nos últimos meses pela Petrobras, mas que não justifica uma elevação tão alta.
“Praticamente todos os postos aumentaram de uma única vez. Tem posto que aumentou em R$ 0,40 o valor do combustível, achamos isso no mínimo estranho”, destacou.
Veja nota do Sindipetro:
A nova política de mercado da Petrobras vem impondo uma dura realidade aos empresários do comércio varejista de combustíveis, que não conseguem mais esconder a apreensão com o cenário econômico do setor. Nesta quinta-feira (09), o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado da Paraíba (Sindipetro-PB) resolveu emitir nota na qual revela que a estatal vem impondo sucessivos e quase diários reajustes sobre a gasolina. O Sindipetro-PB atesta que nova política adotada pela Petrobras impõe variações diárias nos preços da gasolina e nos outros derivados do petróleo, muitas vezes sem a veiculação na imprensa, o que só ocorre quando o aumento é relevante. De acordo com a entidade, de 1º de julho a 8 de novembro, a gasolina comercializada pelos postos revendedores já acumula um reajuste de mais de 25% ao longo desse período. Confira o que diz a nota. O SINDIPETRO-PB, em virtude dos sucessos reajustes praticados desde o dia 01 de julho do corrente ano pela nova política de mercado da Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS), vem a publico esclarecer o seguinte: 1. A nova política adotada pela Petrobras impõe variações diárias nos preços da gasolina e nos outros derivados do petróleo, muitas vezes sem a veiculação na imprensa, o que só ocorre quando o aumento é relevante, ficando despercebidas as demais majorações que podem ser acompanhadas no site www.petrobras.com.br/pt/produtos-e-servicos/composicao-de-precos-de-venda-as-distribuidoras/. 2. Sendo a gasolina tipo C (comum) composta por 73% de gasolina A (gasolinapura) com adição de 27% de álcool anidro, a alteração de preços dos seus componentes influi no preço final do consumidor. 3. Na média aproximada dos últimos três meses, o preço médio do barril de petróleo do tipo Brent teve um aumento de 10 dólares, chegando ao valor de 60 dólares. 4. No mesmo período, o litro do etanol anidro, conforme pesquisa Esaq/Cepea, passou do valor médio de R$ 1,36 para R$ 1,58, o que se agrava pelo fato das regiões produtoras do país se encontrarem na entressafra da cana de açúcar, que deve se pronlogar até meados do mês de fevereiro, complicando ainda mais o cenário de preços do etanol. 5. Em razão das modificações diárias nos preços praticados pela Petrobras, imediatamente repassadas pelas distribuidoras aos postos revendedores de combustíveis, o consumidor tem verificado constantes flutuações do valor comercializado. 6. De 1º de julho a 8 de novembro, a partir do aumento do PIS e da Cofins (que chegou a R$ 0,79) na gasolina A e dos demais acréscimos acima comentados, o custo da gasolina C aumentou em torno de 24%, tendo havido neste sábado, dia 04, nova elevação de 3,6%, e na terça-feira, dia 07, a mais 2,3%, o que já acumula mais de 25% de reajuste. 7. Por fim, diante desse cenário catastrófico e de profundas incertezas para o comércio varejista de combustíveis, a entidade representativa do setor volta a lamentar profundamente o momento que atravessa o setor, esclarecendo que o repasse dos reajustes depende de cada posto, que tem total e irrestrita autonomia para tanto. João Pessoa, 08 de novembro de 2017
Com Paraíba