Líderes evangélicos tentam se distanciar do bolsonarismo após ‘patrulhamento’ nas eleições
Integrantes de igrejas evangélicas afirmam que a agressividade do bolsonarismo ao cobrar dos eleitores foi mal digerida por algumas lideranças
Líderes de igrejas evangélicas estão criticando a influência de políticos de direita entre os seus fiéis após serem cobrados por bolsonaristas para que apoiassem seus candidatos nas eleições municipais deste ano, informa O Globo. Alguns pastores defendem a ideia de uma reposicionamento das igrejas para se desvencilhar do discurso bolsonarista.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, pastores de denominações como a Assembleia de Deus de Madureira e a Igreja Universal do Reino de Deus manifestaram incômodo com o “patrulhamento” de bolsistas durante as eleições. Nas eleição fluminense, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegaram a acusar pastores que não apoiavam Alexandre Ramagem (PL) de terem “se vendido” para o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Entre os evangélicos alvos do bolsonarismo estão o pastor Cláudio Duarte, organizador da Marcha para Jesus, e o bispo Abner Ferreira, líder da igreja de Madureira no Rio, que apareceram em mensagens de apoio a Paes. O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), ligado à igreja de Madureira, verbalizou esse incômodo.
“Até pouco tempo atrás, o eleitor evangélico não era enxergado pela política. Agora, muitos passaram a dizer a esse eleitor que quem vota em um lado do espectro político é de Deus, e quem não vota é do diabo. Minha luta é para devolver a igreja ao lugar onde sempre deveria ter estado, de representante do Senhor, e não de um lado político”, afirmou.
Já em São Paul
o, as igrejas evangélicas apoiaram, em sua maioria, Ricardo Nunes (MDB). No entanto, uma parte significativa desse eleitorado votou em Pablo Marçal (PRTB), influenciado por lideranças bolsonaristas como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que disse que votar em Nunes era o mesmo que “se dobrar ao sistema”. Integrantes de igrejas evangélicas afirmam que a agressividade do bolsonarismo ao cobrar dos eleitores foi mal digerida por algumas lideranças.
Esse incômodo fez com que as igrejas adotassem mudanças sutis em seus discursos. A Igreja Universal, por exemplo, afirmava em 2022 que “cirstão não vota esquerda”. Agora, em seus canais oficiais, os discurso é de que a igreja não pode ser nem de esquerda, nem de direita”.
Brasil 247