Leifert diz que esporte não é lugar para manifestação política e vira alvo de críticas

Leifert diz que esporte não é lugar para manifestação políticaJornalista e apresentador do BBB, da TV Globo, Tiago Leifert virou alvo de críticas nesta segunda-feira 26 por um artigo que escreveu na revista GQ, da qual é colunista, intitulado “Evento esportivo não é lugar de manifestação política”.

No texto, ele pede para que “deixem o esporte em paz”. “Quando política e esporte se misturam dá ruim”, diz. “Quando política e esporte se misturam dá ruim. Vou poupá-los dos detalhes, mas basta olhar nossos últimos grandes eventos para entender que essas duas substâncias não devem ser consumidas ao mesmo tempo”, escreve ainda.

Diversos jornalistas lembraram de manifestações históricas em competições internacionais e criticaram duramente a manifestação de Leifert. Outros lembraram ainda sua posição de privilegiado, filho de um diretor da emissora.

Para Kiko Nogueira, do DCM, o artigo “é um monumento à estupidez, à banalidade e ao conformismo”. “No mundo encantando de Leifert, a audiência seria passiva e concordaria com ele e a empresa que o emprega para falar bobagem”, escreve o jornalista, antes de citar uma série de manifestações históricas no esporte:

Não haveria Sócrates, Reinaldo, os Black Panthers.

A Democracia Corintiana teria sido abortada no primeiro gole de cerveja do Magrão.

Muhammad Ali teria servido o Exército no Vietnã e calado a boca.

Jesse Owens não teria corrido na Olimpíada de Berlim para não estragar a bonita festa nazista.

LeBron James e Kobe Bryant não teriam vestido na NBA a camiseta escrito “Não consigo respirar”, últimas palavras de Eric Garner, asfixiado por um policial em Nova York.

Os torcedores não estenderiam faixas contra a propina da Globo no escândalo da Fifa.
No Twitter, o jornalista Rodrigo Capelo, que é do Grupo Globo (revista Época, SporTV, CBN e jornal O Globo), publicou: “O esporte é lugar de manifestação política desde sempre. Jesse Owens desafiou Hitler numa Olimpíada. Sócrates, Casagrande e companhia desafiaram a estrutura administrativa dos clubes com a Democracia Corinthiana. Só alguns poucos e batidos exemplos da politização do esporte”.

“De novo: entendo o @TiagoLeifert quando ele usa argumentos comerciais e pessoais para atacar a manifestação política no esporte. É que política tem que ser assim mesmo. Chata, insistente, não para entreter, mas para fazer pensar. Que o esporte continue a propiciar espaço. Sempre”, acrescentou.

“‘Evento esportivo não é lugar de manifestação política’ enquanto a corrupção come solta nas federações e confederações que organizam eventos esportivos”, comentou o jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva.

Brasil 247

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