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Justiça determina que Câmara de Bayeux, na PB, realize eleições indiretas para prefeito em 30 dias

Substituto precisa ser eleito por causa da renúncia do ex-prefeito Berg Lima, que aconteceu no último dia 14 de julho. Vice-prefeito também deve ser escolhido.

Justiça determina que Câmara de Bayeux, na PB, realize eleições indiretas para prefeito em 30 dias — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

A Justiça da Paraíba determinou que o presidente interino da Câmara Municipal de Bayeux, Inaldo Andrade, realize eleições indiretas para os cargos de prefeito e vice-prefeito no prazo de até 30 dias. A decisão foi concedida nesta segunda-feira (20) pelo juiz Francisco Antunes, da 4ª Vara Mista de Bayeux do Tribunal do estado.

A medida foi tomada por causa da renúncia do ex-prefeito de Bayeux, Berg Lima, que aconteceu no último dia 14 de julho. “A gente fez uma reflexão e para a paz política no município de Bayeux, depois de tantos momentos de perseguição no âmbito político e pessoal, eu tomei essa decisão”, declarou o ex-gestor.

Ao Jornal da Paraíba, Inaldo Andrade disse que o processo já foi aberto, com solicitações encaminhadas ao cartório eleitoral de Bayeux e ao Ministério Público. De acordo com o parlamentar, o processo eleitoral precisa acontecer até o dia 14 de agosto, data em que o pedido de renúncia de Berg completa 30 dias.

Caso o vereador não cumpra a determinação, uma apuração sobre a suspeita de crime de desobediência pode ser aberta.

Berg Lima renuncia ao cargo de prefeito de Bayeux

O prefeito afastado de Bayeux, Berg Lima (PR), renunciou ao cargo na manhã do último dia 14 de julho. O anúncio foi feito por meio de uma carta entregue na Câmara dos Vereadores da cidade localizada na Grande João Pessoa.

A carta de renúncia foi endereçada ao presidente interino da Câmara, Inaldo Andrade. Em entrevista à TV Cabo Branco, Berg justificou a decisão.

“A gente fez uma reflexão e para a paz política no município de Bayeux, depois de tantos momentos de perseguição no âmbito político e pessoal, eu tomei essa decisão”, declarou.

Na carta, Berg Lima afirma ter sido vítima de armação e diz ter sido perseguido. Confira o conteúdo da carta na íntegra no fim da reportagem.

Berg Lima foi afastado no dia 20 de maio após decisão judicial motivada por pedido do Ministério Público da Paraíba. Ele foi acusado de contratar servidores fantasmas para a prefeitura de Bayeux em 2017.

Além desta denúncia, o prefeito afastado foi denunciado pelo Ministério Público por suspeita de aplicar verbas em áreas diversas que seriam exclusivas para uso em melhorias no trânsito da cidade.

Carta renúncia de Berg Lima

“Tive a honra e a felicidade de ser escolhido pelo povo de Bayeux para servir minha cidade na condição de prefeito. Por outro lado, desde então, as forças e os poderes que sempre tiveram interesses e dominaram a cidade sem cuidar do povo não se conformaram com a legítima decisão que cada cidadão e cidadã de Bayeux tomou nas urnas.

Vitima de uma armação jamais vista, fui afastado, perseguido, passei por uma verdadeira provação ao lado da minha família e dos poucos que querem realmente o bem da nossa cidade e da nossa gente. O justo prevaleceu e retornei à missão que me foi confiada pelo povo de Bayeux. Trabalhei dia e noite para honrar a confiança de cada cidadão, ainda mais quando tivemos que enfrentar bravamente uma pandemia sem precedentes.

Entretanto, ver Bayeux bem cuidada e no caminho certo incomoda muita gente, ainda mais em ano eleitoral. Arrumaram qualquer motivo para, numa clara perseguição pessoal, me afastarem mais uma vez e entregar a cidade na mão dos meus oportunistas algozes, verdadeiros tiranos que não guardam qualquer compromisso com nossa gente, numa trama medíocre e repugnante.

 Não resta qualquer dúvida que há uma cruzada contra a minha pessoa e que essas pessoas não descansarão enquanto não tirarem da mão do povo o direito de escolher seu prefeito.

Não temo qualquer um deles, tampouco me acovardo na luta, mas minha missão maior sempre foi com o povo da minha amada Bayeux. Essa perseguição injusta e covarde já causou muito mais mal à nossa cidade até que a mim mesmo.

Sendo assim, para tentar dar à minha amada Bayeux uma última esperança de ter paz e poder seguir caminhos melhores, renuncio, em caráter irrevogável e irretratável, com muita dor, ao cargo que com muita honra recebi do povo para que o alvo passe a ser apenas eu e nosso povo e nossa cidade possam ter tempos melhores.

Cristão convicto, relevo as injustas acusações e perseguições assacadas contra mim, entregando nas mãos do Nosso Pai Celestial o Julgamento Maior e Final.

Bayeux- PB, 13 de julho de 2020.”

GUTEMBERG DE LIMA DAVI

Redação DiárioPB

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