JUSTIÇA

Jornalista que foi alvo de Zambelli armada é condenado por difamação contra deputada

Luan Araújo foi condenado por "crime contra a honra" da parlamentar, que segue impune por perseguição

O jornalista Luan Araújo, que foi alvo da perseguição armada de Carla Zambelli (PL-SP) no dia 29 de outubro de 2022, foi condenado por difamação contra a parlamentar.

Na véspera da eleição passada, a deputada começou a correr armada contra o jornalista por conta de uma discussão na rua. Ela se tornou ré no Supremo Tribunal Federal pelo incidente.

Luan escreveu um artigo para o Diário do Centro do Mundo (DCM) afirmando que “Zambelli, que diz estar com problemas, na verdade está na crista da onda. Continua no partido pelo qual foi eleita, segue com uma seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades atrás de atrocidades”.

E que, “para ela, uma mulher branca com conexões com pessoas poderosas, foi apenas mais um espaço para fazer o picadeiro clássico de uma extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”.

Por isso, Zambelli decidiu processá-lo criminalmente por difamação.

No ano passado, o juiz Fabricio Reali Zia, da Vara do Juizado Especial Criminal de São Paulo, discordou do entedimento do Ministério Público, que chegou a pedir a rejeição da ação.

Agora, o mesmo magistrado decidiu condenar Luan por ofender a honra de Carla Zambelli.

Luan foi condenado à prestação de serviços à comunidade em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos ou outros estabelecimentos semelhantes, por cerca de duas mil horas. Cabe recurso.

Do outro lado…

Já Zambelli responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.

Para tentar evitar a prisão, a defesa da deputada extremista questionou a competência do STF e ofereceu um acordo de não persecução criminal à PGR.

A medida prevê a confissão de culpa de infração penal sem violência e grave ameaça em troca de penas mais brandas, como reparação do dano, pagamento de indenizações ou serviços comunitários. Caso, a PGR aceitasse, o processo poderia ser extinto.

No entanto, o órgão, comandado por Paulo Gonet, não aceitou o acordo por “por não vislumbrar a presença cumulativa dos requisitos” necessários para a troca da pena.

Com isso, o STF poderá retomar o julgamento do caso, que está sob relatoria de Gilmar Mendes.

Caso seja condenada, Zambelli pode pegar até 4 anos de prisão em regime semiaberto e perder o mandato.

Com Revista Fórum

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Redação DiárioPB

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