Jair Renan Bolsonaro é intimado para prestar depoimento à PF sobre suspeita de propina de empresário
Jair Renan é suspeito de utilizar sua empresa de eventos para promover articulações entre a Gramazini Granitos e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho
247 – A Polícia Federal intimou o filho mais novo de Jair Bolsonaro, Jair Renan, para depor em inquérito que apura o pagamento de suposta propina por empresários com interesses na administração pública. Segundo o jornal O Globo, o depoimento deve ocorrer ainda nesta semana.
A investigação tramita na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal e o documento do inquérito aponta que houve associação de Jair Renan com outras pessoas “no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital sem aparente contraprestação justificável dos atos de graciosidade. O núcleo empresarial apresenta cerne em conglomerado minerário/agropecuário, empresa de publicidade e outros empresários”.
Jair Renan é suspeito de utilizar sua empresa de eventos, a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, para promover articulações, um lobby, entre a Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Segundo O Globo, os outros alvos da investigação serão ouvidos ao longo da semana para concluir o inquérito e, assim, a PF produzir um relatório final para apontar se houve cometimento de crime por parte de Jair Renan.
O grupo Gramazini Granitos e Mármores Thomazini tem interesses junto ao governo federal presenteou Jair Renan e o empresário Allan Lucena, um dos parceiros comerciais do filho do presidente, com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil. Um mês após a doação, a empresa se reuniu com Marinho, numa reunião que teve a participação de Jair Renan.
O advogado da família, Frederick Wassef, envolvido no caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro, disse que não poderia comentar sobre a intimação de Jair Renan, pois “as investigações ainda estão em curso, e o inquérito tramita em segredo, portanto eu não posso falar absolutamente nada do inquérito”.
“O que eu posso afirmar é que Jair Renan jamais ganhou qualquer carro que seja, e jamais praticou qualquer ato irregular ou ilícito. Trata-se de uma investigação instaurada por manifestação e requerimento de parlamentar de esquerda”, afirmou.
Ameaça a jornalista
Em outubro, o jornalista Joaquim de Carvalho, do Brasil 247, denunciou que o parceiro de Jair Renan, Allan Lucena, o intimidou enquanto investigava o caso. Carvalho buscava entender por que Lucena alegava que estava sendo perseguido em B.O registrado na polícia.
A polícia descobriu que quem o perseguia era o policial federal Luís Felipe Barros Félix, um dos principais seguranças de Bolsonaro no dia do suposto atentado contra Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, investigado pelo jornalista – que expôs as contradições do caso em documentário na TV 247.
Joaquim tentou entrar em contato com Allan Lucena e, após alguns entreveros, o parceiro de Jair Renan lhe mandou “uma mensagem com o print de uma conversa com alguém não identificado”, informou o jornalista em outubro.
“Na conversa, em letras maiúsculas, está o nome completo da minha esposa e também o de um dos meus filhos. Na conversa, ele dizia que o meu telefone estava em nome dos dois, além do meu, o que é uma absoluta inverdade”, denunciou Joaquim de Carvalho.