Jair Bolsonaro era quem alimentava o ‘Gabinete do Ódio’, disse Cid em delação
Ex-ajudante de ordens do ex-presidente revela que Jair Bolsonaro usava seu celular para coordenar ofensivas contra integrantes da Corte
Em seu acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente “encaminhava diretamente” ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de mensagens. A revelação foi divulgada nesta quarta-feira (19), após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizar a quebra do sigilo do depoimento.
“Indagado sobre ataques a ministros do STF, identificados na investigação, conduzida por meio do telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro, responde: que era o ex-presidente que encaminhava diretamente”, diz trecho da transcrição do depoimento de Cid. A declaração reforça a tese de que Bolsonaro teria coordenado pessoalmente ofensivas contra integrantes da Corte, utilizando seu próprio celular para essa finalidade.
Segundo Cid, o grupo era formado por “três garotos que era assessores” de Bolsonaro, tinham “relação direta” com o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho 02 do ex-mandatário, e funcionavam dentro do Palácio do Planalto.
A delação de Mauro Cid é parte das investigações que apuram supostas ações antidemocráticas e ataques às instituições durante o governo Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens, que foi preso em maio de 2023 no âmbito da Operação Venire, da Polícia Federal, colabora com as autoridades desde então, fornecendo detalhes sobre condutas atribuídas ao ex-presidente e seu círculo próximo.
Com Brasil 247