Indígenas denunciam na ONU ‘atrocidades’ de Temer
Representantes dos povos indígenas brasileiros denunciaram o governo Michel Temer junto a ONU e pediram “medidas urgentes” para frear as “atrocidades”, mortes e violações de direitos humanos. “Queremos que este Conselho tome medidas urgentes sobre a grave crise humanitária que meu povo passa”, disse o representante do Conselho da Grande Assembleia Aty Guasu Guarani e Kaiowá, Voninho Benites. A denúncia foi feira nesta quarta-feira (20) em um debate realizado no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Segundo Benites, um levantamento apontou que o país registra 470 assassinatos de indígenas e 750 suicídios de membros das etnias Guarani e Kaiowá. “Não aceitaremos esta realidade e iremos continuar a resistir e a demarcar nossas terras com o nosso próprio sangue”, destacou.
Para ele, o governo brasileiro comete “atrocidades ao negar os direitos sobre terras tradicionais”. “As reservas criadas pelo governo há quase 100 anos, se tornaram confinamentos do nosso povo, nos condenando à fome e à dependência extrema da vontade do Estado, ao passo que nosso povo vive de cestas básicas alimentares, porque não temos terras para plantar”, denunciou.
Já o ativista Luis Doniste Grupioni, do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, denunciou o corte de verbas destinado a questões indígenas e afirmou que “demarcações foram adiadas e o orçamento das agências será dez vezes menor que há cinco anos”.
A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, tentou rebater as acusações afirmando que o país possui 462 terras indígenas, que correspondem a 13% do território nacional e que o governo destinou cerca de R$ 700 milhões em políticas públicas para os povos indígenas.
Brasil 247