Ibovespa Futuro cai forte após China desvalorizar yuan em menor nível da década contra Trump
O Ibovespa Futuro abre em forte queda nesta segunda-feira (5) pressionado pelas tensões comerciais no exterior. A China contra-atacou a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre US$ 300 bilhões em produtos chineses.
A maior economia da Ásia enfraqueceu o yuan, que ultrapassou 7 por dólar, no nível mais fraco em uma década, além de pedir a estatais para suspender as importações de produtos agrícolas dos EUA.
Por aqui, o mercado volta a olhar para o Congresso, com o fim do recesso parlamentar e expectativas para a votação da reforma da Previdência em segundo turno na Câmara dos Deputados.
Às 9h41 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto caía 1,91% a 100.980 pontos.
Trump respondeu à retaliação no Twitter exortando o Federal Reserve a mudar sua política monetária para fazer frente à guerra comercial.
“A China derrubou a sua moeda a mínimas quase históricas. Isso é chamado de ‘manipulação cambial’. Você está ouvindo, Federal Reserve? É uma violação enorme que irá enfraquecer a China ao longo do tempo”, escreveu.
O presidente dos EUA disse ainda que os 10% das tarifas podem evoluir para 25% caso a China não se empenhe mais em um acordo.
Já o dólar futuro com vencimento em setembro dispara 1,31% a R$ 3,945. Os analistas já enxergam o câmbio se estabilizando em patamares superiores a R$ 3,90 em meio à perda de atratividade do carry trade no Brasil.
Enquanto o Fed reduziu as taxas de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual sem sinalizar um ciclo de cortes, o Banco Central diminuiu a Selic na semana passada em 0,5 ponto percentual e deixou claro que esse é só o começo.
O diferencial de juros entre Brasil e EUA, portanto, está caindo. Como os títulos da dívida pública norte-americana são os mais seguros do mundo, se a taxa de juros cai aqui e se mantém lá, vale mais a pena comprar os bonds americanos.
No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 subia sete pontos-base a 5,51% e o DI para janeiro de 2023 avançava oito pontos-base a 6,47%.
Relatório Focus
O relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda mostrou estabilidade nas projeções dos economistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano. Foi mantida a previsão de expansão de 0,82% na atividade econômica em 2019 e também ficou estável em 2,1% para 2020.
Com relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as projeções dos economistas foram mantidas em 3,8% para este ano e em 3,9% para a semana que vem.
A única alteração relevante nos indicadores foi a respeito da taxa básica de juros Selic, que teve sua expectativa reduzida de 5,5% no fim de 2019 para 5,25%. Para 2020 ela se manteve em 5,5%.
O dólar também teve projeções mantidas em R$ 3,75 para 2019 e R$ 3,80 para 2020.
Noticiário Corporativo
O Valor Econômico traz reportagem do Financial Times informando que aumentam as pressões sobre o CEO e acionista controlador do Casino, Jean-Charles Naouri. Segundo a publicação, circulam no mercado especulações de que ele será obrigado a reestruturar a divida do grupo, de cerca de 3 bilhões de euros. Ele resiste a vender “joias da coroa” como a Franprix e Monoprix. A recente simplificação das operações latino-americanas, que conta com o Grupo Pão de Açúcar, por sua vez, poderia abrir caminho para a venda total ou parcial, destaca.
A capacidade da Petrobras na exploração no mar, somada à crise da petroleira, colocou em segundo plano a produção de petróleo em terra firme. Segundo o Estadão, a produção de petróleo em terra do Brasil, o chamado onshore, caiu pela metade entre 2000 e 2019. A exploração em terra é concentrada sobretudo no Nordeste, que abriga mais de 80% das reservas provadas do Brasil e 70% da produção.
Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostram que a produção desse segmento caiu da média de 209,1 mil barris de petróleo por dia, no ano 2000, para 107,4 mil barris diários, em 2019 (média de 12 meses até maio). Na direção oposta, alavancada pelo pré-sal, a produção total brasileira mais do que dobrou no mesmo período, de 1,2 milhão de barris para 2,6 milhões de barris por dia.
Ainda sobre a Petrobras, o Estadão destaca que a Petrobras cobra mais caro pelos combustíveis nos mercados atendidos por suas maiores refinarias e derruba o preço onde há portos e a concorrência de importados, conforme a Abicom, associação que reúne importadores do setor. O cenário, diz a entidade, pode ser resultado de uma política deliberada da estatal brasileira de bater de frente com os concorrentes na oferta de combustível no Brasil.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que a Petrobras vai reduzir o preço do GLP Residencial (embalagens até 13 kg) entre 6,5% e 12%, e do GLP Empresarial entre 11% e 17%, dependendo da localidade. A redução passa a valer a partir de hoje, informou o Sindigás.
Assessoria