Hoteleiros sinalizam paralisação por falta de diálogo do sindicato patronal
O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro e Similares do Estado da Paraíba (SINDHOTEL), José Honorato, anunciou nesta quarta, 10, que a categoria deverá decidir por uma paralisação geral nos próximos dias devido à indisposição do sindicato patronal, SEHA-JP, em participar de qualquer reunião, mediada pela Justiça do Trabalho, visando negociar uma Convenção Coletiva de Trabalho. A categoria dos trabalhadores possui em sua base sindical cerca de 15 mil trabalhadores e trabalhadoras.
Na última segunda-feira, dia 08, representantes do SEHA-JP, ignoraram, pela nona vez, convocação da Justiça do Trabalho para iniciar negociações tendo em vista a data base dos hoteleiros, ocorrida em janeiro. “Estranhamos muito a postura do senhor Márcio Delano Tavares, atual presidente do Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação de João Pessoa (SEHA-JP), que parece ignorar a própria Justiça trabalhista e se furta a sentar para sequer ouvir as reivindicações da nossa categoria. Um comportamento que não combina com os perfis de empresários mais proativos e sintonizados com a conjuntura mais democrática que o Brasil vive hoje. A nossa única alternativa é, inevitavelmente, a greve”, diz Honorato, lembrando que Delano foi nomeado pelo governador João Azevedo para o cargo de Secretário-Executivo de Turismo do Estado.
O sindicalista afirma que o último reajuste que a categoria obteve foi em 2017 e que esse ano os trabalhadores estão pedindo um índice bem razoável, de 10% de aumento salarial. Na pauta de reivindicações o SINDHOTEL está pleiteando ainda definição de planos de saúde, auxílio-creche, alimentação e transporte. “As trabalhadoras têm direito conquistado de folga em dois domingos por mês, que não vem sendo cumprido”, destaca Honorato.
ALTA ESTAÇÃO
A falta de negociações entre hoteleiros e o patronato pode ocasionar dores de cabeça para os empresários do ramo que têm o mês de julho como o segundo melhor momento para incrementar o faturamento. “Com a Paraíba liderando a busca por pacotes de férias, com ocupações de hospedagens batendo recordes a cada ano, os donos de hotéis, de pousadas, bares, restaurantes, pizarias, docerias, churrascarias e de outros empreendimentos precisam de tudo, menos de uma greve bem organizada dos trabalhadores que atendem nesse ramo”, comenta o advogado Watteau Rodrigues, responsável pela assessoria jurídica do SINDHOTEL.
Já o presidente do sindicato laboral avalia que o SEHA-JP deva estar sendo mal assessorado para desprezar desse jeito a convocação emitida essa semana pelo Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (CEJUSC-PB), órgão de 2º Grau da Justiça do Trabalho. “Fomos muito bem recebidos pela juíza Dra. Naiara Queirós, que nos assegurou que vai buscar sensibilizar a entidade patronal para a importância e urgência dessa Convenção Coletiva, tanto para os empregadores, para os trabalhadores e para a sociedade, em geral”, diz Honorato.
Por Dalmo Oliveira