Hospital da família de Queiroga é reativado com recursos públicos na Paraíba e depois colocado à venda
247 – No dia em que presta depoimento à CPI da Covid sobre as omissões do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga é alvo de denúncia de irregularidade em contrato com o governo da Paraíba.
Segundo reportagem do site O Antagonista, o Hospital Santa Paula, fundado em João Pessoa pela família da esposa de Marcelo Queiroga, havia fechado as portas em 2012 e foi reativado em 2020 pelo governo da Paraíba para atender vítimas da Covid, após uma reforma de R$ 2,5 milhões.
“Curiosamente, depois de reformado com verba pública, o hospital foi posto à venda por R$ 47 milhões. Quando Queiroga assumiu o Ministério da Saúde, porém, o anúncio publicado em sites de imobiliárias foi retirado do ar. O Antagonista apurou que o próprio governo estadual estaria negociando a compra do imóvel”, diz o Antagonista.
Segundo o site, o contrato de locação do hospital ao governo da Paraíba, feito sem licitação, foi firmado em 8 de abril de 2020. “Primeiro, estabeleceu-se prazo de 12 meses e valor de R$ 1,2 milhão — ‘pagáveis em valores mensais de R$ 100 mil’. Depois, a Superintendência de Obras do Plano de Desenvolvimento do Estado (Suplan) contratou, também sem licitação, a construtora Virtual Engenharia para fazer a ‘manutenção e adaptação’ da estrutura do hospital, por R$ 1,27 milhão”, diz a reportagem.
“O ministro Marcelo Queiroga já foi diretor do antigo Hospital Santa Paula, que passou a integrar o espólio de Antônio Cristóvão de Araújo Silva, seu sogro, falecido em 2018. Entre os herdeiros que poderiam ser beneficiados pela venda do imóvel, estariam a esposa do próprio ministro, a médica Simone Teotônio de Araújo Queiroga Lopes, e a cunhada Maria do Socorro Teotônio Araújo da Cunha Lima, que é quem assina o contrato de locação com o governo de Azevêdo. Ela é casada com o também cardiologista João Alfredo Falcão da Cunha Lima, que vem a ser sócio de Queiroga no Cardiocenter Centro de Diagnóstico”, acrescenta o texto.