Grêmio leva virada na Arena para o River, cai na semi e adia sonho do tetra
O dilúvio que caiu sobre Porto Alegre ao final do segundo jogo entre Grêmio e River Plate, na semifinal da Libertadores, parecia as lágrimas dos mais de 50 mil tricolores que foram à Arena na noite desta terça-feira. O sonho do tetra ficou pelo caminho. Endossado pelo uso da tecnologia, os argentinos viraram sobre os brasileiros e classificaram-se para a final. O VAR foi definitivo na partida, quando o árbitro Andrés Cunha consultou as imagens para conceder um pênalti aos argentinos aos 41 minutos do segundo tempo. E Pity Martínez saiu do banco para calar o estádio.
O River Plate agora fica no aguardo do vencedor de Palmeiras e Boca Juniors, que se enfrentam às 21h45 de quarta-feira, na Arena Palmeiras. O time argentino bateu os brasileiros por 2 a 0 na Bombonera e tem vantagem no confronto. As finais serão disputadas nos dias 7 e 28 de novembro. Resta o Brasileirão ao Grêmio. No sábado, vai ao Independência bater de frente com o Atlético-MG, às 17h.
Paulo Miranda, em atuação impecável na vaga do suspenso Kannemann, sentiu cãibras e precisou sair aos 24 minutos do segundo tempo. Bressan entrou e, sem tocar na bola, recebeu cartão amarelo. Borré empatou de cabeça aos 36. A classificação ainda era gremista. Porém, aos 41, o lance que definiu o jogo. Scocco recebeu na entrada da área, girou e chutou alto. A bola desviou no braço de Bressan, algo que o árbitro Andrés Cunha não flagrou. Mas o VAR, sim. Alertado pelo assistente de vídeo, Cunha observou as imagens e marcou o pênalti. O zagueiro gremista entrou em desespero, foi para cima da arbitragem e acabou expulso. Saiu de campo em prantos. Após nove minutos de paralisação, Pity Martínez converteu a cobrança e deu a vitória ao River. Depois do apito final, os gremistas voltaram a pressionar a arbitragem, mas por pouco tempo.
Renato Gaúcho armou o Grêmio para esperar o River e sair no contra-ataque. Mas o time ficou espremido na intermediária e apresentou dificuldades para jogar. Assim, os argentinos começaram a experimentar em chutes de fora da área, com Ponzio e Palacios. Alisson também mandou para fora uma finalização. Aos 31, Ponzio sentiu lesão muscular e deu lugar a Enzo Perez. Quando menos se esperava, um escanteio mal batido por Alisson caiu à feição de Leonardo, da entrada da área, acertar um belo chute à direita de Armani. Foi o desafogo gremista.
Marcelo Gallardo tornou seu time mais ofensivo com a entrada de Pity Martínez, mas quem teve as primeiras melhores chances dos segundo tempo foi o Grêmio. Everton substituiu Maicon, com dores na coxa, aos oito minutos, e finalizou para defesa de Armani aos 16. Cinco minutos depois, o Cebolinha recebeu lançamento de Cícero e saiu na cara do goleiro, que salvou o River. A chuva que já caía sobre Porto Alegre aumentou, bem como a pressão argentina. Até que, aos 36, Borré cabeceou livre na área e empatou. Aos 41, o lance que definiu o jogo. Com o auxílio do VAR, o árbitro Andrés Cunha marcou pênalti em toque no braço de Bressan na área. O zagueiro foi expulso, teve confusão e, ao fim de tudo, Pity Martínez converteu a penalidade.
Recuperado de lesão muscular que o tirou do primeiro jogo, Everton voltou aos gramados com oito minutos do segundo tempo, pois Maicon sentiu problema na coxa. E ele mostrou por que é o melhor jogador gremista da temporada. Experimentou o goleiro do River aos 16 em chute de fora da área. Aos 21, perdeu grande chance ao chegar cara a cara com Armani e esbarrar em defesa do arqueiro. Por fim, o gol perdido fez falta. E o Grêmio não teve forças para se recuperar.
Na noite de segunda-feira, o técnico Marcelo Gallardo foi punido por atrasar o retorno do River Plate do intervalo em mais de uma partida. Com isso, teve de assistir à partida em uma das cabines da Arena. Mas ele descumpriu a norma e foi flagrado pelos seguranças da Arena antes do fim do primeiro tempo ao adentrar o vestiário da equipe. No início da etapa final, retornou ao local no qual assistiu ao duelo.
Enquanto os mais de 50 mil gremistas choraram a eliminação e a chance perdida de se tornar tetracampeões da Libertadores, os 4 mil argentinos que foram à Arena tomaram um banho de chuva e de alegria. No campo e nas arquibancadas, as lágrimas escorreram, e o estádio gremista virou o Monumental de Nuñez. Uma noite de terror na zona norte de Porto Alegre.
GE