Grêmio é superior vence Flamengo por 1X0
Maracanã lotado. Quase 60 mil pessoas – foram 59.680 presentes e 51.858 pagantes. Recorde no Brasileiro. Renda de R$ 1.756.965,00. O clima, quente. Mas os últimos episódios envolvendo as injúrias racistas de alguns torcedores gremistas contra o goleiro Aranha, na partida contra o Santos, respingaram apenas fora das quatro linhas neste Flamengo x Grêmio, na noite deste sábado, pela 19ª rodada do Brasileirão. Em campo, a partida foi disputadíssima, mas sem marcas de violência – exceto uma discussão entre Dudu e Recife. O Tricolor Gaúcho foi melhor na maior parte do jogo, com superioridade técnica e tática. O Rubro-Negro mostrou valentia na segunda etapa. Mas a estrela de Felipão decidiu. Ele pôs Fernandinho, que deu o passe, e Luan, autor do gol nos acréscimos, aos 46: 1 a 0 com justiça.
Tanto ao redor do estádio antes da partida como nas arquibancadas, ainda que em dose menor, houve tensão. Se rubro-negros batiam palmas a cada mensagem no placar eletrônico contra o preconceito, houve até pedido de casamento de um flamenguista para uma tricolor do time do Sul, quebrando um pouco a hostilidade. Mas máscaras de macaco usadas por torcedores do Fla e latas de cerveja jogadas nos gaúchos no lado de fora criaram uma atmosfera que, felizmente, não causou lances ríspidos no campo.
O resultado – primeira vitória de Felipão fora de casa – fez o time gaúcho pular para 31 pontos, em quinto lugar. Agora, vai secar o Fluminense, com 30, que enfrentará o Cruzeiro, no Maracanã. Na próxima quarta-feira, o Tricolor Gaúcho recebe o Atlético-PR. Os anfitriões, em 10º, com 25 pontos, perderam sequência de cinco vitórias e enfrentam também na quarta-feira o Goiás na Arena Pantanal, em Cuiabá.
Grêmio melhor
O primeiro tempo teve uma equipe bem mais organizada, consistente, que dominou amplamente, ocupando o campo rubro-negro, apertando nas saídas de bola. Esse foi o Grêmio. Bem nas laterais, marcador como nunca no meio de campo e com um Dudu onipresente. Estreando o terceiro uniforme, de camisa vermelha com detalhes pretos, o Flamengo, além do apoio da torcida, teve um Paulo Victor que, se errou na hora de socar as bolas nas saídas de gol, debaixo das traves foi sensacional, com três defesas salvadoras, principalmente a terceira.
Primeiro nos dois belos petardos de Fellipe Bastos, um em cobrança de falta aos 8, outro num tiro de fora da área aos 15 minutos. Depois, a grande defesa. Após dar rebote em chute de Dudu, voltou para espalmar a escanteio o toque pelo alto de Giuliano, aos 37. Seria um golaço. E se Dudu, Giuliano e Zé Roberto – este com fôlego de garoto – brilhavam do lado gremista, pelo rubro-negro Mugni pouco criava, Léo Moura era envolvido pelo seu lado, e Alecsandro estava apático ao lado de um fraco Arthur. Sem Everton, sem Paulinho, não havia contra-ataque veloz. O time saiu no lucro com o empate por 0 a 0.
Luan decide
Começou a segunda etapa, e o Grêmio em cima novamente, acuando o Fla. Mas, desde uma tentativa de bicicleta de Alecsandro que não deu certo, o time da casa se agigantou. E aí foi a vez da muralha Marcelo Grohe brilhar. Primeiro num chute de fora da área de Recife. Depois, após matada no peito e raquetada de Marcelo. Paulo Victor já tinha aparecido bem numa saída em que tirou o ângulo de Dudu – o gremista saiu com bola e tudo. E foi só Eduardo da Silva entrar no lugar de Arthur para a torcida se empolgar. Um bombardeio do Grêmio fez o Maracanã ficar calado até a cabeçada de Alecsandro raspando a trave. Gabriel e Amaral entraram do lado do Fla, Luan e Fernandinho, no Grêmio. O segundo começou a linda jogada pela direita para o primeiro fazer fila e marcar, aos 46, o gol da vitória bem comemorada pelos valentes torcedores que enfrentaram manifestos. Saíram do Maracanã com a alma lavada.
GE