Governo do RN oferece até R$ 30 mil por informações sobre fugitivos de presídio federal
A Sesed (Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social) do governo do Rio Grande do Norte pode pagar R$ 15 mil por informações sobre cada um dos dois fugitivos do presídio federal de Mossoró. Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, de 33, escaparam na madrugada do dia 14 de fevereiro pela luminária que ficava em uma parede lateral da cela.
As denúncias podem ser feitas pelo número 181 ou por mensagem para o celular (84) 98132-6057. O anonimato é garantido.
Neste sábado (24), as buscas completaram 11 dias. Os fugitivos são suspeitos de terem ligações com a facção criminosa Comando Vermelho, no Acre. Eles são os primeiros detentos da história a fugir de uma prisão de segurança máxima do sistema prisional federal.
A unidade em Mossoró abriga 68 detentos, sendo o segundo menor quantitativo de uma penitenciária federal, atrás apenas da de Brasília (DF). A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Acre prendeu, nessa sexta (23), o irmão de um dos fugitivos.
O homem é condenado por roubo e participação em organização criminosa e estava com mandado de prisão em aberto. Os policiais chegaram até ele durante as investigações sobre a fuga.
Na quinta (22), três pessoas foram presas em flagrante por supostamente terem facilitado a fuga. As prisões teriam ocorrido em flagrante na divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará. Foram apreendidas armas, drogas, munições e um carro suspeito de ter sido usado para fornecer armas aos criminosos durante a fuga.
No último dia 16, os presos chegaram a fazer uma família refém em um local a 15 km da prisão. Segundo fontes da RECORD, os criminosos invadiram uma casa, onde ficaram por cerca de quatro horas, pediram comida e roubaram um celular. Em seguida, deixaram o endereço.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi ao Rio Grande do Norte na manhã do último domingo (18) para acompanhar as buscas. Ele foi acompanhado do diretor-geral da Polícia Federal em exercício, Gustavo Souza, e foi recebido pela governadora do estado, Fátima Bezerra, e pelo secretário Nacional de Polícias Penais, André Garcia.
Lewandowski afirmou que o episódio de fuga de dois detentos da prisão de segurança de Mossoró (RN) “não afeta, em hipótese nenhuma, a segurança das cinco unidades prisionais federais”. O ministro, porém, admitiu que “é um problema localizado e será superado em breve com a colaboração de todos”.
Os dois homens que fugiram nesta quarta foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça. Ambos são suspeitos de terem ligações com a facção criminosa CV (Comando Vermelho). O grupo domina as operações criminosas no Acre, onde a dupla estava presa até setembro do ano passado.
No caso de Deibson, há uma longa ficha criminal que começou ainda na adolescência e seguiu durante a vida adulta. Os registros incluem crimes que vão de tráfico de drogas a latrocínio, chegando a uma rebelião em uma cadeia do Acre. A defesa dele não foi localizada para comentários.
Caso sejam capturados, os fugitivos deverão responder pelo crime de fuga, considerada uma falta disciplinar. Pelo ineditismo do ocorrido, sendo o primeiro em um presídio de segurança máxima no Brasil, ainda não é determinada a punição que os bandidos receberão quando forem capturados.
Em casos de presos de regime semi-aberto, por exemplo, o fugitivo retorna a um presídio de regime fechado.
“Não há unidade acima da de segurança máxima. Ou eles vão voltar para esta própria unidade, ou, a critério do Ministério da Justiça, podem ser encaminhados a outra unidade de segurança máxima do país”, explicou a advogada e professora de direito na Fundação Getúlio Vargas Maíra Fernandes.
500 agentes
Ainda de acordo com o ministro, 500 agentes atuam por dia nas buscas pelos dois fugitivos. As equipes estão divididas em dois turnos, com 250 pessoas atuando durante o dia e 250 à noite.