O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu iniciar uma greve de fome e passar a noite no chão da Câmara dos Deputados em protesto contra o processo que pode resultar na cassação de seu mandato. O parlamentar afirmou que permanecerá no Congresso até que o plenário se manifeste sobre a recomendação do Conselho de Ética, que aprovou sua cassação. As informações são do G1.
A medida extrema foi anunciada pelo deputado ainda durante a sessão do Conselho de Ética, realizada na quarta-feira (9), que terminou com a aprovação do parecer do relator Paulo Magalhães (PSD-BA), favorável à perda de mandato de Glauber. O processo foi instaurado após um episódio ocorrido em 2024, quando o parlamentar se envolveu em uma confusão com um ativista do Movimento Brasil Livre (MBL) dentro da Câmara.
“Não volto para casa enquanto esse processo não for concluído. Essa é uma decisão de resistência e de denúncia política”, declarou Glauber durante a sessão.
A atitude pegou até mesmo os colegas de partido e familiares de surpresa. Sua esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), esteve com ele até por volta das 23h, mas precisou deixar o plenário para cuidar do filho do casal, de três anos. Segundo a equipe do parlamentar, a decisão foi tomada de forma solitária, sem consulta prévia à bancada ou à família.
Seis pessoas — quatro assessores e dois apoiadores — acompanham o deputado no local. Eles autorizaram a presença da imprensa, mas pediram que Glauber não fosse filmado enquanto dormia no chão.
A Câmara designou um policial legislativo para garantir a segurança do local durante a noite.
A sessão do Conselho de Ética foi marcada por tensão e tumulto. Manifestantes contrários à cassação se concentraram do lado de fora e dentro da sala onde ocorreu a votação. Entre os apoiadores presentes estava o ator Marco Nanini, que compareceu para demonstrar solidariedade a Glauber Braga.
O caso agora segue para o plenário da Câmara, que terá a palavra final sobre a cassação. Até lá, o deputado promete manter a greve de fome e sua presença constante no Congresso como forma de protesto e resistência.
Com Brasil 247