Fla goleia o Bahia com 2 gols de Diego e 2 de Réver
No pós-vice da Copa do Brasil, para o Cruzeiro, o Flamengo era só pressão. E a cobrança era justa: perdeu para a Ponte Preta, empatou com o Fluminense e venceu a Chapecoense. Fez apenas dois gols nos três jogos. A turbulência, porém, foi acalmada nesta quinta, com a vitória por 4 a 1 sobre o Bahia. A noite na Ilha do Urubu, inclusive, foi de redenções. A principal delas foi a do meia Diego.
O camisa 35, que perdeu o pênalti decisivo na final da Copa do Brasil, chegou a ser vaiado por parte dos rubro-negros quando estava 1 a 1, mas começou a se redimir com a galera justamente numa penalidade. Com 2 a 1 no marcador e resultado indefinido, aos 37 minutos da etapa final, pegou a bola. A coragem o recolocou nos braços da torcida, que, de forma uníssona, cantou seu nome.
Bateu bem, decidiu a parada, e, dois minutos após o terceiro, transformou a vitória em goleada com um golaço. Ao comemorar, primeiro explodiu. Depois curvou-se diante dos fãs em sinal de reverência. Paz entre a torcida e o principal jogador do elenco.
– Sem dúvida nenhuma procurei manter o psicológico otimista. Sempre é difícil a hora do pênalti. O goleiro se prepara para defender. Estamos sujeitos ao erro. Assumo essa responsabilidade porque estou aqui para isso. Fiz muitos gols de pênalti na minha carreira – disse o camisa 35, agora artilheiro isolado do Fla no Brasileirão, com oito gols.
Vaias, erros de passes e bela jogada no pênalti
Marcado de perto por Renê Júnior, Diego rodava para um lado e para o outro, mas não encontrava espaço para o passe certo. Tentava o tempo todo, respeitando sua característica, mas esbarrava nos rivais. Tornou-se o jogador com mais erros de passes no duelo – seis -, e isso lhe rendeu vaias. Deu de ombros, insistiu e fez jogadaça no lance que terminou em pênalti de Lucas Fonseca.
Diego compreendeu os protestos, em contrapartida admitiu viver um momento novo em sua trajetória profissional, porém lembrou que, apesar dos apupos, o carinho dos rubro-negros é algo praticamente constante em sua passagem pela Gávea.
– Assim como nós, jogadores, ficamos chateados quando não dá certo, a torcida fica decepcionada. A maneira de transmitir insatisfação é compreensível. Recebi críticas, mas um carinho muito grande. Quando pego a bola para bater, o estádio todo canta meu nome. O mínimo é agradecer e retribuir com vitórias e gols. Estamos vivos e precisamos da parceria e do carinho do torcedor. Minhas emoções são novas com o passar do tempo. Momento novo na carreira. Temos que nos superar diariamente.
– Nunca me faltou apoio dessa torcida. De uma forma ou de outra, eles nunca me deixaram. Merecem a reverência
“Ícone”, define Rueda
Um abraço apertado e tapinhas de incentivo. Assim Reinaldo Rueda recebeu Diego na beira do campo ao tirá-lo – deu lugar a Rômulo aos 42 da etapa final, um minuto após o quarto gol. Na coletiva, o colombiano valorizou a reabilitação do camisa 35.
– Diego é um ícone, uma referência importante para nós. Por sua liderança, personalidade e inteligência de jogo. Teve caráter de pegar a bola e converter. Essa recuperação psicológica é muito, muito boa para Diego e Flamengo – afirmou.
Globoesporte