Fenômeno coreano bate Djoko e diz que problema de visão o levou ao tênis
Um começo no tênis, no mínimo, inusitado. Com seis anos de idade, Hyeon Chung, filho de um ex-jogador, ouviu do médico que, para melhorar seu problema de visão, o tênis seria essencial. Na época, lhe falaram que a “Cor verde ajuda a superar a miopia”. E a bolinha verde mudou sua vida. Vindo de uma família muito ligada ao tênis, topou na hora e jamais largou as raquetes. Nesta segunda-feira, chegou ao ápice da carreira ao derrotar, nas oitavas de final do Aberto da Austrália, o sérvio Novak Djokovic, maior campeão do torneio, por 3 a 0.
– Tenho um alto nível de estigmatismo e por isso preciso de usar óculos o tempo todo. Mas nesta altura já são parte do meu corpo e por isso não é difícil jogar com eles – disse o sul-coreano em entrevista ao site da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) no fim do ano passado.
Seu pai, Seok-Jin não teve tanto sucesso dentro das quadras. Seu melhor ranking foi em 1990, quando atingiu a posição de número 455. Seu irmão mais velho, Hong Chung, é o atual 462º do ranking mundial de duplas.
O cabelo bagunçado e o jeito ainda tímido na hora de conversar com jornalistas entrega a pouca idade. Tem 21 anos e, após a contundente vitória sobre Djokovic, deu uma entrevista de dois minutos na qual demonstrou simplicidade:
– Eu apenas tentei copiar o Novak, porque ele é meu ídolo – disse, sorrindo
Apesar de respeitar Djokovic, no fim do terceiro set, quando a vitória estava encaminhada, o sul-coreano finalmente abriu um sorriso e chamou a torcida
Nas quartas de final, Chung pode sonhar ainda mais alto. Ele já tem a melhor campanha da história de um sul-coreano em um Grand Slam e irá subir pelo menos 15 posições no ranking mundial. Ele aparecia em 58º e pode entrar até no top 30 caso vá a semifinal. Seu desafio é inusitado, já que irá enfrentar o americano Tennys Sendgren, número 97 do ranking.
Globo Esporte