Facebook permite que grupos neo-nazistas cresçam dentro da plataforma, conclui relatório
O Facebook permitiu que uma série de grupos neo-nazistas permaneçam na plataforma e entendeu que eles “não violam as regras da comunidade”, segundo um relatório realizado pela ONG Counter-Extremism Project.
A ONG monitorou 40 páginas de conteúdo abertamente neo-nazista durante dois meses. Das 40, apenas 5 foram excluídas. Das 35 páginas remanescentes, a maior parte delas registrou um crescimento de 2.366 likes no período.
O discurso de ódio não é permitido pelas regras do Facebook. Ainda assim, a empresa se recusou a derrubar, por exemplo, a página usada por um grupo neo-nazista grego, cuja foto de capa mostra um homem fazendo uma saudação nazista em frente a uma parede com uma suástica. O grupo é suspeito pelo assassinato de imigrantes e minorias étnicas pela Europa e a página é responsável por disseminar ódio contra estes grupos, postar símbolos fascistas e até mesmo imagens de Hitler.
A questão se torna especialmente problemática após o massacre na Nova Zelândia, transmitido em tempo real no Facebook. As páginas neo-nazistas disseminam a mesma ideologia que motivou não apenas este atirador, mas também os de Suzano, na Grande São Paulo.
O relatório realizado pela ONG aponta ainda que duas das páginas denunciadas tiveram algum conteúdo removido, mas permaneceram ativas, o que seria “especialmente problemático”, uma vez que o próprio Facebook reconheceu que as páginas violaram suas regras, mas optou por mantê-las na plataforma.
“Quando grupos neo-nazistas que claramente violam as políticas da plataforma têm páginas mantidas, isso levanta uma séria questão sobre o comprometimento do Facebook com as suas próprias políticas. O fracasso em eliminar conteúdo que claramente viola as políticas da plataforma através do discurso de ódio e de grupos de ódio indica uma falta de atenção ou de desejo em remover conteúdo perigoso. Ambos os casos são inaceitáveis e demandam ação para se prevenir de grupos que ativamente promovem racismo, xenofobia, homofobia, anti-semitismo e islamofobia”, concluiu o relatório.
O DIA