Exército diz que estão mantidas e SP já celebra golpe
Cumprindo a determinação de Jair Bolsonaro e também do exército, que lançou um ofício refirmando as solenidades que relembram o golpe, o Comando Militar do Sudeste ignorou uma recomendação contrária do Ministério Público Federal e realizou na manhã desta quinta-feira a leitura da ordem do dia que celebrou o golpe militar de 1964. No entanto, a solenidade, que contou com a presença de seis deputados estaduais do PSL, partido do capitão reformado, não citou a cerimônia como uma comemoração, mas como a lembrança de um fato histórico.
A reportagem do jornal Estado de S.Paulo afirma que o ofício às organizações militares, assinado pelo general de Brigada Francisco Humberto Montenegro Junior, chefe interino do gabinete do comandante Edson Pujol ressaltou a orientação dos procuradores para que os comandantes militares e seus subordinados se abstenham de “promover ou tomar parte de qualquer manifestação pública em ambiente militar ou fardado, em comemoração ou homenagem ao período de exceção instalado a partir do golpe de 31 de março”.
O jornal Globo apurou que ao final da celebração do ato comemorativo em São Paulo, o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira pediu para que a banda tocasse a música “Amigos para Sempre” em homenagem aos convidados presentes. O general Ramos afirmou que não daria entrevistas mas destacou a presença da imprensa livre e democrática no local.
— Agradeço a presença da imprensa. Foi questionado se a imprensa poderia acompanhar. Qual o problema? Não tem nenhum problema receber a imprensa livre, democrática — afirmou o general.
Nesta quarta-feira, o Ministério Públiico Federal em 18 estados recomendou que as Forças Armadas se abstenham da comemoração ao golpe militar de 1964.
A reportagem ainda informou que a leitura da ordem do dia foi feita por uma civil, que faz parte da equipe do cerimonial do Exército. No texto, assinado pelo Ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, as Forças Armadas afirmam que a humanidade assistiu, no início do século XX, à ascensão de ideologias totalitárias tanto na extrema-esquerda, referência ao regimes autoritários comunistas, quanto na extrema-direita, referência ao nazifascismo.
“Como faces de uma mesma moeda, tanto o comunismo quanto o nazifascimo passaram a constituir as principais ameaças à liberdade e a democracia”, afirma o texto.
Brasil 247